SÃO PAULO (Reuters) - A Vale informou que o rompimento de barragens de rejeitos da mineração na região de Mariana (MG) reduzirá a produção de minas próximas do local do incidente neste ano e também em 2016.
Segundo nota da Vale, na noite de segunda-feira, a produção de minério de ferro nas minas de Fábrica Nova e Timbopeba poderá ser impactada negativamente em 3 milhões de toneladas em 2015 e 9 milhões de toneladas em 2016, devido ao rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, joint venture da brasileira com a BHP Billiton.
A companhia acrescentou ainda que vai interromper a venda de minério de sua mina de Fazendão para a Samarco.
"As estimativas acima são preliminares e poderão ser alteradas à medida que novas alternativas operacionais sejam confirmadas", disse a Vale em comunicado na noite de segunda-feira.
A Vale, maior produtora global de minério de ferro, informou à Reuters, na segunda-feira, que a enxurrada de lama registrada após o rompimento de barragens da Samarco, no complexo de mineração de Germano atingiu uma correia transportadora de uma mina próxima e afetará a sua produção.
A meta de produção da Vale, que tem expandido a extração de minério de ferro, é de 340 milhões de toneladas para 2015.
O desastre deixou ao menos dois mortos e 25 desaparecidos e obrigou a cortes no fornecimento de água potável em cidades situadas a mais de 300 km de distância.
Uma das grandes preocupações é a contaminação do Rio Doce, um dos mais importantes da região Sudeste.
Nesta terça-feira, o Ministério Público Federal (MPF/ES) e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) obtiveram decisão liminar que obriga a Samarco Mineração e órgãos de meio ambiente e saneamento a adotarem uma série de ações visando à produção e à conservação das provas necessárias para reparação pelos danos ambientais e danos morais coletivos causados no Estado por conta do rompimento das barragens situadas em Minas Gerais.
Segundo nota do Ministério Público, o rompimento das barragens, que destruiu vilarejos, também comprometeu o Rio Doce. Na decisão, a Justiça obriga a Samarco a fornecer um helicóptero a partir das 7h desta terça-feira, às suas custas, para que a aeronave possa sobrevoar a porção capixaba do rio atingida pelos seus rejeitos, pelo tempo que autoridades julguem necessário, sob pena de multa diária no valor de 50 mil reais por hora de atraso.
(Por Priscila Jordão e Roberto Samora)