Energia elétrica pesa e alta do IPCA-15 acelera a 0,33% em julho

Publicado 25.07.2025, 09:02
Atualizado 25.07.2025, 10:10
© Reuters. Linhas de transmissão de energian22/11/2023nREUTERS/Kacper Pempel

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A energia elétrica voltou a pesar e o IPCA-15 acelerou a alta em julho apesar de nova queda nos alimentos, com a inflação em 12 meses se acomodando no nível de 5,3% a poucos dias da próxima reunião de política monetária do Banco Central.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,33% em julho, depois de subir 0,26% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Com isso a taxa em 12 meses passou a uma alta de 5,30%, de 5,27% em junho, permanecendo acima do teto da meta oficial, de 3,0% medido pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os resultados ficaram um pouco acima das expectativas em pesquisa da Reuters de avanços de 0,30% no mês e de 5,26% em 12 meses.

Neste mês, o Banco Central teve que escrever carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após descumprimento do alvo contínuo, medido pelo IPCA, por seis meses consecutivos no ano até junho.

O presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, afirmou que o BC tem compromisso com a meta de inflação de 3% e tem tomado providências para que ela retorne ao intervalo de tolerância e atinja o alvo.

O BC volta a se reunir para debater a política monetária na próxima semana, tendo afirmado, depois de elevar a taxa básica Selic a 15%, que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros, considerando que a taxa deve permanecer inalterada por "período bastante prolongado".

"Em termos de política monetária, o resultado de hoje não influenciará a decisão da próxima quarta-feira. O Copom deverá manter a taxa de juros inalterada, reafirmando seu compromisso com o cumprimento da meta de inflação e não dar nenhum indício sobre quando iniciará o ciclo de cortes", destacou André Valério, economista sênior do Inter, que vê o primeiro corte em dezembro "com a inflação mais contida e a atividade dando sinais mais claros de desaceleração".

Em julho, segundo o IBGE, o aumento de 3,01% nos preços da energia elétrica residencial exerceu o maior impacto positivo no IPCA-15, embora tenha desacelerado ante taxa de 3,29% em junho.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou que os consumidores brasileiros seguiriam pagando custos adicionais do acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 1 em julho, o que significa adicional de R$4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Mas para agosto, a agência aprovou um valor de R$883,07 milhões para o chamado bônus de Itaipu, crédito que cairá na fatura de energia de consumidores residenciais e rurais no mês.

Apesar do impacto da energia elétrica, a alta do grupo Habitação enfraqueceu a 0,98% em julho, de 1,08% no mês anterior. Ainda assim, foi o grupo que exerceu o maior impacto no resultado do IPCA-15 do mês, seguido por Transportes, com aumento de 0,67% nos preços, de 0,06% antes.

O resultado de Transportes foi impulsionado pelas passagens aéreas (19,86%) e pelo transporte por aplicativo (14,55%), enquanto os combustíveis recuaram 0,57% em julho, com quedas nos preços do gás veicular (-1,21%), do óleo diesel (-1,09%), do etanol (-0,83%) e da gasolina (-0,50%).

Já a queda de preços de Alimentação e bebidas acelerou a 0,06% em julho, de 0,02% no mês anterior. A alimentação no domicílio teve redução de 0,40% nos preços, com quedas da batata-inglesa (-10,48%), da cebola (-9,08%) e do arroz (-2,69%).

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC mostra que a expectativa de especialistas é de que a inflação termine este ano a 5,10%, com a Selic a 15%.

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