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Energia e metais preciosos - Revisão semanal e calendário

Publicado 11.07.2021, 10:34
Atualizado 11.07.2021, 18:47
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Por Barani Krishnan

Investing.com - "Somos os mestres da nossa própria commodity", declarou o Sheikh Zaki Yamani, da Arábia Saudita, após o conflito árabe-israelense de 1973 fazer com que o reino desencadeasse o seu segundo embargo à exportação de petróleo. 

Seguiu-se um aumento de quatro vezes no preço do petróleo, derrubando as economias ocidentais para uma recessão numa subsequente era de choque de petróleo e inflação. "Chegou o momento", disse triunfal o ministro saudita do petróleo, referindo-se ao alto ponto de poder que detinha à época a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, conhecida simplesmente pelo seu acrônimo de quatro letras: Opep.

No entanto, com o fim daquela guerra e do embargo, Yamani encontrou um meio-termo com os Estados Unidos.

Ele se tornou um moderado em termos de preço, defendendo que preços elevados acabariam por destruir a demanda e estimulariam a produção a partir de novas explorações em locais como o Mar do Norte do Reino Unido, de onde vem o Brent, atual referência mundial de preços. Quando a revolução iraniana de 1979 provocou um segundo choque do petróleo no Ocidente, a maior parte da Opep aumentou os preços do petróleo. Riyadh, agora próximo de Washington, emitiu o "Decreto de Yamani", mantendo os preços sauditas em níveis oficiais a fim de aliviar o impacto sobre os importadores.

É de se perguntar se essas mesmas sensibilidade e boa vontade voltarão à Arábia Saudita.

Durante algum tempo, às vésperas da reunião deste mês da Opep+ – agora um cartel de petróleo mais amplo, que agrupa os 13 membros originais da Opep, liderados pela Arábia Saudita, além de 10 outros produtores capitaneados pela Rússia – parecia que Riyadh demonstrava as virtudes da era Yamani.

O príncipe Abdulaziz bin Salman, o ministro saudita da energia que hoje segura a batata quente, às vezes chamado pelas suas iniciais "AbS", disse antes da reunião de 2 de julho: "Temos um papel na domesticação e contenção da inflação, ao garantir que este mercado não saia do controle". 

O que ele estava dizendo era que, depois do rali de mais de 50% desse ano no petróleo bruto, era hora de aumentar os cortes na produção, em vez de reduzir a aposta. Mesmo com o aumento mínimo de 400.000 barris por dia inicialmente discutido para agosto, a Opep+ ainda estaria represando cerca de 5,5 milhões de barris do mercado diariamente.

No entanto, assim que começou a reunião entre os ministros da Opep+, ficou claro que os Emirados Árabes Unidos, antes os maiores aliados dos sauditas no cartel, tinham ideias diferentes das de Riyadh. Com a frustração dos EAU em razão da recusa saudita em elevar a importante base de produção dos Emirados, que permitiria a Abu Dhabi oferecer ainda mais barris, um acordo parecia condenado ao fracasso. E foi assim que terminou. 

Para garantir que o mercado não ficasse com a "mensagem errada", alguns representantes da Opep+ na reunião disseram anonimamente à imprensa que o status quo do cartel na produção prevalecerá. Isto significa que as cotas de exportação de julho serão aplicáveis em agosto. E, sim, não haverá aumentos.

É claro que o mercado tinha o direito de ficar com "qualquer mensagem" que quisesse da reunião, especialmente com a forma espetacular com que não se conseguiu reforçar a unidade da Opep+ quando mais era preciso, e trazendo as crescentes tensões entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos para um embate aberto e forte.

Assim, depois de o petróleo WTI, negociado em Nova York, atingir a máxima em sete anos, pouco abaixo dos US$ 77 por barril, sob a ótica de que quanto mais restrito o mercado, melhor, os preços colapsaram em quase 6% nos dois dias seguintes, à medida que as mentes mais perspicazes começaram a perceber que, em vez do status quo, na verdade poderia ser um vale-tudo na produção, já que os EAU podem não respeitar mais os limites. Estes investidores tinham outra grande preocupação: a variante delta da Covid-19 (que, curiosamente, foi a razão que AbS deu para não concordar em elevar a base de produção dos EAU). 

Mas a lógica também é uma mercadoria dispensável na indústria do petróleo. Tão logo os preços apresentaram a maior queda em três semanas num período de apenas 48 horas, começou a compra na queda e, nos dois dias seguintes, o mercado recuperou quase toda a sua perda. Até o fim da semana, o WTI apresentava queda de apenas 0,6% na semana, enquanto o Brent recuava 0,8% — uma redução bem modesta, dada a dinâmica da situação.

Então, será que a Opep+ se livrou das dificuldades? 

Longe disso, é a resposta. E dá para adicionar mais alguns “o”s depois desse “l” em “longe”.

Como disse Ed Moya, chefe de pesquisa nos EUA da corretora online OANDA, a perda do petróleo desta semana foi um pequeno ponto vermelho depois de seis semanas de ganhos consecutivos. Foi pequena o bastantes para que quem estivesse comprado no mercado não notasse. 

Mas os problemas mais gerais dentro da Opep+ — com tanto a Arábia Saudita quanto os EAU se mantendo firmes em suas posições e o resto dos 21 países se perguntando como o impasse vai se resolver — são grandes o suficiente para ficarem na mente dos investidores, ele disse.

"Os investidores de energia não sabem qual oferta de petróleo esperar em agosto", disse Moya.  "A incerteza do lado da oferta a curto prazo sugere que podemos ver um déficit nas próximas semanas, mas que poderia ameaçar a estabilidade resultante dos esforços coordenados da Opep+".

Tem mais alguma coisa no ar: Washington.

Depois de meses de quase não chiar enquanto os preços subiam de US$ 40 para US$ 50, US$ 60, e agora acima dos US$ 70, a Casa Branca afirmou semana passada que gostaria de ver mais petróleo no mercado por meio de um acordo com a Opep+. Numa declaração dirigida à aliança, a Casa Branca disse: 

"Não somos parte nessas negociações, mas os dirigentes dessa administração se empenham com capitais relevantes para encorajar uma solução de compromisso que permita que os aumentos de produção propostos avancem".

A declaração vem na esteira da coletiva de imprensa regular de sexta-feira da Casa Branca, quando a Secretária de Imprensa Jen Psaki expressou preocupações com o impacto do aumento dos preços do petróleo sobre os consumidores americanos. 

Os comentários foram do estilo típico do governo Biden desde que assumiu o poder em janeiro, assinalando que estava finalmente despertando do seu sono quanto ao impacto da inflação do petróleo, à medida que os preços da gasolina nas bombas atingiram novas máximas em sete anos, acima de US$ 3 por galão. 

Uma das razões para o rali do petróleo deste ano, além da recuperação econômica da pandemia, tem sido o grande foco da administração em energia renovável versus combustíveis fósseis. Isto resultou em um estancamento na perfuração que obstruiu grande parte da produção de petróleo dos EUA, cedendo o controle para a Opep+.

Com Washington buscando novamente a mão dos sauditas para controlar a inflação em casa, a pergunta a ser respondida é se Riyadh se mostrará magnânima como no passado. 

Ou a ganância tomará a Opep, que, segundo seus críticos, nunca sabe dizer “chega!” para uma coisa boa? Os preços do petróleo mais do que triplicaram em relação aos patamares mínimos da pandemia do ano passado, mas os sauditas aumentaram seu preço de venda oficial (OSP em inglês) logo após o fim das negociações com os EAU. A lógica? Tirar vantagem tanto quanto possível da atual situação de alta do mercado, claro. E isto vem de um ministro da energia que acabou de falar da responsabilidade de "domar e conter a inflação".

Mesmo assim, alguns acreditam que nem a Arábia Saudita nem os EAU irão permitir que a crise da produção do petróleo se mantenha por muito tempo. 

Adel Hamaizia, pesquisador associado do Programa de Médio Oriente e Norte de África da Chatham House, em Londres, disse à Al-Jazeera num comentário que o resultado mais provável é que a Arábia Saudita e os EAU encontrem formas de gerenciar suas diferenças, e adverte contra esquecer a resiliência de organizações como a Opep e o Conselho de Cooperação do Golfo, em que ambos os países eram pesos pesados.

"Politicamente, ainda há muito que une os estados membros do Golfo, para não falar dos laços familiares, tribais e empresariais", disse Hamaizia.

Bader Mousa Al-Saif, pesquisador não residente do Centro do Oriente Médio Malcolm H Kerr Carnegie em Beirute, concordou.

"A Arábia Saudita e os EAU estão mudando e compreendem que não são os mesmos países que eram quando formaram a forte aliança", afirmou Al-Saif. "Mas abandonar o outro não faz sentido para nenhum dos dois”.

Resumo dos preços do petróleo

O petróleo WTI, negociado em Nova York, fechou o pregão de sexta-feira em alta de US$ 1,62, ou 2,2%, a US$ 74,56. Na segunda-feira, o WTI havia atingido a máxima de 2014 de US$ 76,98, e na sexta-feira, realizou uma negociação final pré-fim de semana a US$ 74,63. Na semana, teve queda de 0,6%.

O Brent, negociado em Londres e referência global para o petróleo, encerrou a US$ 75,55, um aumento de US$ 1,43 ou 1,9% no dia. O Brent alcançou uma negociação final pré-fim de semana de US$ 75,59. Na semana, teve queda de 0,8%.

Calendário dos mercados de energia

Segunda-feira, 12 de julho

Dados do estoque em Cushing da avaliadora Genscape

Terça-feira, 13 de julho

Relatório semanal de estoques de petróleo do American Petroleum Institute.

Quarta-feira, 14 de julho

Relatório semanal da EIA sobre estoques de petróleo

Relatório semanal da EIA sobre estoques de gasolina

Relatório semanal da EIA sobre estoques de destilados 

Quinta-feira, 15 de julho

Relatório semanal da EIA sobre armazenamento de gás natural

Sexta-feira, 16 de julho

Pesquisa semanal da Baker Hughes sobre plataformas de petróleo dos EUA

Mercado de ouro e resumo dos preços 

O ouro atingiu uma terceira semana consecutiva de ganhos na sexta-feira, retornando ao suporte crítico de US$ 1.800. Mas as perspectivas para os fãs do metal dourado continuam embaçadas, sem certezas sobre quanto tempo a tão falada inflação dos EUA levará para acelerar os seus ganhos.

O futuro do ouro de um mês na Comex de Nova York fechou o pregão de sexta-feira a US$ 1.810,60, um aumento de US$ 10,40 ou 1,5% no dia. 

O futuro do ouro de referência ganhou cerca de US$ 40 ou 2,3% desde o seu último fechamento semanal no vermelho há quatro semanas, quando também despencou para a mínima de dois meses, a US$ 1.761,20.

A subida do ouro na sexta-feira foi alimentada por um dólar mais fraco e por um rali nos títulos que forçou os rendimentos do tesouro para baixo. Tanto a moeda americana quanto os rendimentos operam em modo oposto ao metal precioso.

"O ouro está tentando se estabilizar acima do patamar psicológico dos US$ 1.800, que poderia abrir as portas para uma recuperação mais forte na próxima semana", disse Ed Moya, chefe de pesquisa dos EUA na corretora online OANDA. 

No entanto, não havia certezas sobre o tamanho do impacto que as atuais tendências inflacionárias nos Estados Unidos terão sobre o ouro, que geralmente é considerado como uma proteção contra o aumento dos preços, disse Moya. 

"Os investidores vão esperar ansiosamente o relatório de terça-feira sobre a inflação e o início da temporada de divulgação de resultados", ele disse, em referência à atualização de junho para o Índice de preços ao consumidor, que atingiu um nível de 5%, máxima em 13 anos, nos 12 meses até maio.

A convicção tornou-se uma mercadoria rara no mercado do ouro, uma vez que o investidor médio de longo prazo tentou manter-se fiel ao metal em meio às agruras dos últimos seis meses. 

Desde janeiro, o ouro está numa rota difícil que na verdade começou em agosto do ano passado — quando saiu de máximas históricas acima dos US$ 2.000 e se lateralizou por alguns meses, antes de tropeçar para uma queda sistêmica a partir de novembro, quando os primeiros avanços na eficácia da vacina contra a COVID-19 foram anunciados. Em determinado momento, o ouro atingiu um nível mínimo em cerca de 11 meses, a menos de US$ 1.674.

Depois de parecer quebrar esse feitiço negro com uma retomada para US$ 1.905 em maio, o ouro assistiu uma nova rodada de vendas que o arrastou de volta ao patamar dos US$ 1.800, antes de falas sobre aperto monetário por parte do Federal Reserve o terem derrubado ainda mais, para patamares de US$ 1.750.

Para fins de registro, o Fed indicou que espera dois aumentos antes de 2023 que levarão as taxas de juros para 0,75%, a partir do patamar de superbaixa da pandemia, de zero a 0,25%. O banco não estabeleceu um calendário para a redução ou congelamento total dos US$ 120 bilhões em títulos e outros ativos que vem comprando desde março de 2020, para apoiar a economia durante a crise da COVID.

Isso, no entanto, não impediu os dirigentes mais antigos do Federal Open Market Committee (FOMC), comitê de destaque do banco central americano, de tecerem comentários sobre a probabilidade de uma redução de recompras ou escalada gradual das taxas nos seus discursos públicos. Normalmente, cada discurso agressivo sobre uma recompra ou subida de taxas por um dirigente do Fed acaba derrubando o ouro mais que uma fala cuidadosa é capaz de levantá-lo.

Além disso, o status do ouro como uma proteção contra a inflação está incrivelmente perdido na tradução, apesar dos trilhões de dólares em gastos públicos desde o início da pandemia.

Enquanto isso, o indicador de inflação preferido do Fed, o índice de despesas de consumo pessoal, cresceu a uma máxima plurianual de 3,4% nos 12 meses até maio. 

Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não possui posição nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

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