SÃO PAULO (Reuters) - Os preços do etanol hidratado vendido pelas usinas paulistas tiveram alta de mais de 3% na semanal passada, no maior ganho semanal desde meados de abril, em plena colheita de cana-de-açúcar, em momento em que os produtores adotam uma "postura firme" nas vendas observando impactos da seca, avaliou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Em análise nesta segunda-feira, o Cepea afirmou ainda que os negócios se aqueceram em meio a "boas saídas de etanol hidratado na ponta varejista".
"Além disso, produtores seguem atentos ao clima que está bastante seco nos últimos meses. Se, por um lado, essa condição acelera as atividades agrícolas e na indústria, por outro, os desdobramentos do déficit hídrico devem ser sentidos no curto prazo, resultando em estoques menores do produto", afirmou.
Alguns agentes do mercado, como a Tereos, uma das maiores processadoras de cana do Brasil, têm avaliado que o tempo seco deverá reduzir mais do que o esperado a safra 2024/25 do centro-sul.
Entre 17 e 21 de junho, o indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou em 2,4113 reais/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), aumento de 3,14% frente ao período anterior.
Alta superior a esta havia sido verificada na semana de 15 a 19 de abril, com 3,61%.
No caso do etanol anidro, o indicador apontou média na usina de 2,7204/litro, com elevação de 3,28% no mesmo comparativo.
Em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, o valor do anidro foi de 8% maior que o do hidratado em São Paulo na última semana, segundo cálculos do Cepea.
No caso do açúcar, o preço foi 68,7% superior ao do hidratado e 56% maior que o do anidro.
(Por Roberto Samora)