Por Mayank Bhardwaj
NOVA DELHI (Reuters) - O governo da Índia aprovou nesta quarta-feira um aumento no preço mínimo que as usinas de açúcar devem pagar pela cana na safra que começa em 1º de outubro para 315 rúpias indianas (3,84 dólares) por 100 kg, ante 305 rúpias um ano antes, disse o ministro da Informação do país.
"Ao aumentar o preço justo e remunerador para 315 rúpias, o governo garantiu que os agricultores obtivessem bons retornos por seus produtos", disse Anurag Thakur em entrevista coletiva.
O governo federal aumenta o preço mínimo da cana, também conhecido como Preço Justo e Remunerado, quase todos os anos.
Preços mais altos podem encorajar os agricultores a aumentar o plantio de cana e ajudar a Índia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo, a permitir embarques ao exterior.
A Reuters informou no mês passado que o governo do primeiro-ministro Narendra Modi não estava considerando permitir exportações de açúcar até pelo menos a primeira metade da próxima temporada 2023-24, já que o padrão climático El Niño pode reduzir as chuvas e prejudicar a produção.
O padrão climático El Niño, que desencadeou a maioria das secas que a Índia enfrentou nas últimas sete décadas, pode provocar condições climáticas extremas ainda este ano.
Devido à menor produção, a Índia permitiu exportações de 6,1 milhões de toneladas para esta temporada. Com o esgotamento da cota, a Índia atualmente não exporta açúcar.
O açúcar, uma commodity politicamente sensível, é fortemente regulamentado pelo governo. Além de anunciar o preço mínimo da cana, o governo federal fixa a quantidade que cada usina pode vender no mercado livre.
A Índia realizará eleições gerais no início do ano que vem, e o preço mais alto da cana ajudaria o partido Bharatiya Janata, de Modi, a atrair os agricultores, um grupo considerável de eleitores em um país onde quase metade da população de 1,4 bilhão depende da agricultura.
Depois que o governo federal fixa o preço da cana, o estado de Uttar Pradesh, principal produtor de cana do país, invariavelmente rlrva ainda mais o preço mínimo devido a seus milhões de produtores de cana.
(Reportagem de Mayank Bhardwaj e Sakshi Dayal)