Por Abdel-Kader Mazou
NIAMEI (Reuters) - A junta do Níger se preparava para uma resposta do bloco regional da África Ocidental nesta segunda-feira, depois de ignorar seu prazo para restabelecer o presidente deposto ou enfrentar a ameaça de intervenção militar.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que já enviou forças militares a Estados membros problemáticos no passado, disse que emitiria uma declaração sobre seus próximos passos, respondendo à recusa da junta em se retirar até domingo.
O bloco assumiu uma posição mais dura sobre a tomada de poder de 26 de julho, o sétimo golpe na região em três anos, do que nos eventos anteriores. Sua credibilidade está em jogo porque ela disse que não toleraria mais golpes.
No domingo, quando o prazo da Cedeao expirou, a junta fechou seu espaço aéreo até novo aviso.
"As Forças Armadas do Níger e todas as nossas forças de defesa e segurança, apoiadas pelo suporte inabalável do nosso povo, estão prontas para defender a integridade do nosso território", disse um representante da junta em um comunicado na televisão nacional.
O Níger tem mais do que o dobro do tamanho da França e muitas rotas de voo na África normalmente passariam por seu espaço aéreo. A Air France suspendeu os voos de e para Ouagadougou, em Burkina Faso, e Bamako, no Mali, que fazem fronteira com o Níger, até 11 de agosto.
Uma escalada no impasse do Níger com a Cedeao desestabilizaria ainda mais uma das regiões mais pobres do mundo, que está passando por uma crise de fome e lutando contra uma insurgência islâmica que matou milhares e forçou milhões a fugir.
As reservas de urânio e petróleo do Níger e seu papel central na guerra com militantes islâmicos na região do Sahel conferem ao país importância econômica e estratégica para Estados Unidos, Europa, China e Rússia.