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Opep alcança primeiro acordo para reduzir produção de petróleo desde 2008

Publicado 28.09.2016, 18:19
© Reuters. Funcionário trabalha em campo petrolífero no Estado venezuelano de Anzoategui
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ARGEL (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) fechou acordo nesta quarta-feira para reduzir modestamente sua produção de petróleo, no primeiro acerto do gênero desde 2008, com a líder do grupo Arábia Saudita suavizando sua postura sobre o Irã, seu arquirrival, em meio a pressões crescentes dos baixos preços de petróleo.

"A OPEP tomou uma decisão excepcional hoje... Após dois anos e meio, a Opep alcançou consenso para gerir o mercado", disse o ministro do Petróleo iraniano Bijan Zanganeh, que havia entrado repetidamente em rota de colisão com a Arábia Saudita em encontros anteriores.

Ele e outros ministros da Opep disseram, em meio a um encontro em Argel, capital da Argélia, que o grupo irá reduzir a produção para uma faixa entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia (bpd), ante a atual produção de 33,24 milhões de bpd.

"Nós decidimos cortar a produção em cerca de 700 mil bpd", disse Zanganeh.

O quanto cada país vai produzir deverá ser decidido na próxima reunião formal da Opep em novembro, quando um convite para se unir aos cortes deverá ser estendido para países fora do grupo, como a Rússia, disseram fontes.

O petróleo Brent fechou em alta de 5,92 por cento, a 48,69 dólares por barril, enquanto o petróleo WTI, negociado nos Estados Unidos, subiu 5,33 por cento, encerrando a 47,05 dólares o barril, após a notícia do acordo.

Muitos operadores disseram estar impressionados de que a Opep havia conseguido chegar a um acordo, mas outros disseram que queriam ver os detalhes.

"Esse é o primeiro acordo da Opep em oito anos! O cartel provou que ainda é relevante, mesmo na era do xisto! Esse é o fim de uma guerra de produção e a Opep declara vitória", disse Phil Flynn, analista sênior de energia da Price Futures Group.

Jeff Quigley, diretor de mercados de energia da Stratas Advisors, baseada em Houston, disse que o mercado ainda vai descobrir quem vai produzir o que: "Eu quero ouvir da boca do ministro do Petróleo iraniano que ele não vai voltar aos níveis pré-sanções. Para os sauditas, isso só vai contra toda a sabedoria convencional do que eles vêm dizendo".

O ministro de Energia saudita Khalid al-Falih disse na terça-feira que o Irã, a Nigéria e a Líbia receberiam permissão para produzir "nos níveis máximos que fazem sentido" como parte de qualquer limite de produção que podem ser estabelecidos tão logo quanto a próxima reunião da Opep em novembro.

Isso representa uma mudança de estratégia para Riad, que disse que iria reduzir a produção para amenizar um acúmulo global somente se todos os outros produtores da Opep e de fora do grupo seguissem a medida. O Irã argumentou que deveria ser isento de tais limites à medida que sua produção se recupera após o levantamento de sanções ocidentais mais cedo neste ano.

As economias do Irã e da Arábia Saudita dependem fortemente do petróleo, mas em um cenário pós-sanções, o Irã está sofrendo menos pressão dos preços do petróleo que caíram pela metade desde 2014 e pode expandir sua economia em quase 4 por cento neste ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.

Riad, pelo outro lado, enfrenta o segundo ano de déficit no orçamento após um rombo recorde de 98 bilhões de dólares no ano passado, uma economia estagnada e está sendo forçada a cortar os salários de funcionários do governo.

© Reuters. Funcionário trabalha em campo petrolífero no Estado venezuelano de Anzoategui

(Por Rania El Gamal e Alex Lawler)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765))

REUTERS LM GB

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