Investing.com - Os preços do ouro saltaram mais de 2% na segunda-feira (17), retornando brevemente aos US$ 2.000 por onça pela primeira vez em quase uma semana, com uma nova queda nos rendimentos do Tesouro empurrando os investidores de volta aos portos seguros.
Foi uma reviravolta notável para um ativo que há cerca de uma semana parecia ter perdido seu proverbial “toque de ouro”.
A “terça-feira negra” do ouro da semana passada enxugou 5%, ou US$ 93, do contrato futuro de ouro mais ativo na Comex de Nova York, após uma oscilação intradiária de US$ 129. Foi a pior perda do ouro na Comex em um dia em sete anos. Desde então - e até segunda-feira - investir no metal amarelo tem sido um jogo de nervos ou, na melhor das hipóteses, um xadrez.
Após o rali de segunda-feira, alguns analistas ainda não sabem se ele permanecerá sem muito retorno. O pico mais recente em dezembro de ouro foi quase US$ 90 abaixo de seu recorde da semana passada. Muitos touros do ouro têm uma meta entre US$ 2.100 e US$ 2.300 nos próximos dois meses.
Os futuros de ouro de dezembro de referência na Comex subiam US$ 40,60, ou 2,1%, a US$ 1.990,40 após um pico intradiário de US$ 2.000,35. Foi a primeira vez que o ouro ultrapassou US$ 2.000 desde a derrota da terça-feira negra. O ganho percentual no próprio dia foi o maior desde 22 de abril.
O ouro spot, que reflete o metal para entrega imediata, ficou atrás dos ganhos no mercado futuro, subindo US$ 36,83, ou 1,9%, para US$ 1.981,32 às 16h38 (horário de Brasília).
“Hoje, o ouro ultrapassou todas as metas superiores imediatas ao encontrar seu caminho de uma mínima de menos de US$ 1.940 para uma máxima de pouco acima de US$ 2.000”, disse Sunil Kumar Dixit, analista independente do metal precioso.
“No entanto, é possível que ele consolide e negocie dentro de uma faixa, a menos que encontre fortes gatilhos para subir”, disse Dixit.
Esses gatilhos serão principalmente os rendimentos do Tesouro dos EUA a 10 anos e o desempenho do Índice Dólar.
Os rendimentos da nota de 10 anos inicialmente caíram 5% na segunda-feira, antes de se recuperarem para registrar uma queda de 3,8% no final da tarde em Nova York.
O Índice Dólar, que opõe o dólar a uma cesta de seis moedas, caía para 92,75 no início do dia, antes de se estabilizar em 92,83.
Algumas notícias sugeriram que o ouro também pode ter atraído interesse adicional na segunda-feira por evidências de que Warren Buffett mergulhou os dedos em ações de mineração de ouro. Um processo público da Berkshire Hathaway Inc, de Warren Buffett, revelou que o conglomerado havia adquirido uma nova participação no último trimestre na segunda maior mineradora de ouro do mundo a Barrick Gold Corp.
A prata, a segunda maior queda em metais preciosos, também pegou carona na segunda-feira na volta do rali do ouro.
O contrato da prata de setembro na Comex subia US$ 1,46, ou 6%, a US$ 27,55 por onça. A prata de setembro atingiu a maior alta em sete anos, de US$ 29,915, na semana passada, ficando um pouco abaixo dos US$ 30 almejados por muitos comprados no metal branco.