Petrobras descumpre ordem da ANP para desocupar plataforma após incêndio em Campos

Publicado 24.04.2025, 15:02
Atualizado 24.04.2025, 15:05
© Reuters. Logo da Petrobras

Por Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicou que a Petrobras (BVMF:PETR4) descumpriu sua ordem e não desocupou completamente a plataforma da companhia que pegou fogo na segunda-feira no campo de Cherne, na Bacia de Campos, deixando diversos feridos.

Segundo documento no site da autarquia datado da véspera, a desocupação seria necessária, pois não havia garantia que novos acidentes graves não possam ocorrer, a partir das degradações causadas pela explosão e incêndios iniciais.

A agência frisou ainda a necessidade de "se resguardar a vida humana em primeiro lugar".

Nesta quinta-feira, a plataforma permanece sem ser completamente esvaziada, disse à Reuters uma fonte a par das discussões, enfatizando riscos de desocupar a plataforma, como a perspectiva da unidade ficar sem iluminação.

Procurada nesta quinta-feira, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários. Na véspera, a empresa havia informado à imprensa que as condições de segurança da unidade estavam mantidas.

Já a ANP respondeu à Reuters por email que está avaliando resposta que recebeu da Petrobras sobre a questão da desocupação da plataforma e que ainda não foi aplicada nenhuma multa.

No dia do incêndio, na última segunda-feira, a ANP notificou a Petrobras para que desocupasse a plataforma até as 15h do dia 22. Já no dia 22, a ANP constatou o descumprimento pela Petrobras e deu novo prazo para a desocupação para 11h do dia 23, determinando ainda que a petroleira provesse contingência para a falta de iluminação de emergência de modo a preservar a navegabilidade, segundo o documento publicado na internet.

A agência explicou no documento que a Petrobras teria defendido anteriormente a permanência de 64 pessoas na unidade, para atividades como resposta à emergência e hotelaria, além de instrumentistas e técnicos de telecomunicações.

"A Petrobras alega que desabitar a plataforma traria outros riscos, como a falta de iluminação de emergência pela parada do gerador a diesel (dentre outros)", disse a agência no documento.

A ANP disse ainda que não se tinha evidências do funcionamento, disponibilidade e integridade de sistemas críticos de segurança e que não havia comunicação efetiva entre a PCH-I e o meio externo.

O número de feridos com o incêndio, segundo a ANP, teria passado de 14 para 17, sendo três em estado grave.

A plataforma chamada PCH-1, localizada a cerca de 130 km da costa de Macaé, no Rio de Janeiro, já não produz petróleo desde 2020.

A ANP declarou que embora a plataforma não estivesse produzindo petróleo ou gás natural de poços interligados a ela, ainda estava em operação, e recebia gás natural de outra plataforma para a geração de energia para ela e para uma outra.

O documento da ANP disse também que a Petrobras ainda não sabia exatamente o que culminou no vazamento, tampouco o local do vazamento que originou a explosão de nuvem de gás.

Na véspera, a Petrobras informou em nota que haviam cinco feridos internados em observação, com estado de saúde estável, "sem risco até o momento" e que um deles encontrava-se na UTI. Disse ainda que estava prestando "toda a assistência aos feridos" e seguia acompanhando a evolução do quadro de cada paciente.

Além disso, na véspera, a Petrobras afirmou que as condições de segurança da unidade estavam mantidas, com geração de energia e comunicação a bordo, além do funcionamento, disponibilidade e integridade de sistemas críticos de segurança, como detectores de fogo e gás, sistema de combate a incêndio e baleeira, que já teriam sido testados após a ocorrência. Já houve o embarque da Comissão de Investigação do Acidente, segundo a empresa.

(Por Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.