Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo subiam nesta terça-feira, graças ao enfraquecimento do dólar e a expectativas de que a Opep+ anuncie um grande corte de produção de petróleo nesta semana.
Às 10h40 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 2,57%, a US$ 85,75 por barril, enquanto o Brent se valorizava 2,64%, a US$ 91,19 por barril, no mercado futuro.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, irá se reunir na quarta-feira de forma presencial pela primeira vez neste ano. É amplamente aguardado que o grupo anuncie um possível corte de produção de mais de um milhão de barris por dia, de acordo com reportagens.
Essa seria a maior redução de oferta pelo cartel desde a pandemia e ocorreria após uma redução de 100.000 barris por dia no mês passado.
“Embora esse corte deva ocorrer em meio a um dos mercados mais restritos da história e antes de um possível declínio das exportações da Rússia no fim deste ano, tal decisão seria justificada pelo recente declínio dos preços, que acumulam uma desvalorização de 40% desde o pico de junho”, disseram analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS), em nota.
“O colapso da participação dos investidores, reduzindo a liquidez e os preços, também pesa na decisão pelo corte, na medida em que aumentaria as operações de carry no petróleo e começaria a recuperar investidores que resolveram aumentar as alocações em dólares devidos agressivos aumentos de juros do Fed”, acrescentou o influente banco de investimento.
O que estava ajudando o mercado petrolífero era a recente fraqueza na moeda americana, após a correção das taxas pagas pelos títulos dos EUA.
O índice dólar caía 0,6%, para 110,995, nesta terça-feira, depois de atingir a máxima de 114,78 na semana passada, deixando o petróleo mais barato para detentores de outras divisas, na medida em que é precificado em dólares.
Os movimentos no dólar e nas taxas dos títulos americanos parecem refletir, em certa medida, o conforto maior dos participantes do mercado com a aproximação do fim do ciclo de alta de juros pelo Fed, o que foi respaldado por dados mais fracos na indústria norte-americana, de acordo com dados divulgados na segunda-feira.
O Instituto Americano do Petróleo divulgará suas estimativas semanais de estoques ainda nesta sessão. As ações petrolíferas subiram nas últimas cinco semanas consecutivas, desde que o Dia do Trabalho nos EUA sinalizou o fim da temporada de viagens automotivas de verão.
Além do mercado petrolífero, os ministros de finanças da zona do euro ainda estão tentando acordar uma resposta unificada à crise do gás natural, com o anúncio de um pacote de 200 bilhões de euros pela Alemanha gerando dissenso.
A Casa Branca descartou qualquer proibição ou restrição às exportações de gás natural neste inverno, segundo reportagem da Reuters nesta terça-feira, na tentativa de ajudar a aliviar a escassez de energia na Europa.