Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo recuaram em 1% na segunda-feira após oscilarem com as notícias da primeira morte no Reino Unido causada pela variante Ômicron da Covid-19 e da aposta do ministro de Energia saudita, Abdulaziz bin Salman, em infundir confiança na demanda por petróleo.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou na segunda-feira que pelo menos uma pessoa morreu no Reino Unido após contrair a variante Ômicron.
Na semana passada, Johnson pediu aos cidadãos que trabalhassem em casa, se possível, e usassem máscaras em público e, no domingo, reiterou ao país que tomassem as doses de reforço para evitar o sobrecarregamento do serviço de saúde, alertando que uma "grande onda" de casos está se aproximando.
A Organização Mundial de Saúde, por sua vez, afirmou na segunda-feira que a Ômicron representa um risco global "muito alto", com evidências de que a vacina escapa à proteção da vacina, embora os dados clínicos sobre sua gravidade sejam limitados.
Os preços do petróleo, que subiram mais de 2% na segunda-feira, estendendo ganhos da semana passada em cerca de 8%, caíram com as notícias sobre a primeira fatalidade no Reino Unido causada pela variante e a cautela da OMS.
Eles, no entanto, saíram das baixas das previsões de longo prazo da demanda feitas pelo ministro de Energia saudita.
O petróleo será responsável por 28% da demanda de energia até pelo menos 2045, contra 30% em 2020, disse Abdulaziz.
A redução dos investimentos em exploração e perfuração pode reduzir a produção de petróleo em 30 milhões de barris até 2030, acrescentou.
O WTI, referência para o petróleo dos EUA, recuou 38 centavos, ou 0,5%, a US$ 71,29 o barril, após oscilar entre a máxima da sessão de US$ 73 e a mínima de US$ 70,56. Na semana passada, o acumulado do WTI foi de 8,1%. Anteriormente, atingiu a mínima de quatro meses a US$ 62,48 com temores relacionados à Ômicron, após uma máxima de sete anos de US$ 85,41 em meados de outubro.
O Brent, negociado em Londres e referência global para o petróleo, caiu 76 centavos, ou 1%, a US$ 74,39, após subir para US$ 76,38 e repousar nos US$ 74,21. O Brent subiu 7,7% na semana passada. Antes disso, atingiu uma mínima de quatro meses de US$ 65,80, vindo de uma alta não vista desde 2014 de US$ 86,70 em meados de outubro.
“Em última análise, o preço só se manterá enquanto os investidores continuarem a acreditar que a Ômicron não representa ameaça substancial”, afirmou Craig Erlam, analista da plataforma de investimento, OANDA.
“Líderes têm estado mais preocupados do que investidores no momento, o que é sempre uma preocupação”, disse Erlam. “Com os preços do petróleo 15% abaixo das máximas de outubro, parece haver alguma cautela precificada nesses níveis".