Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo apresentavam queda terça-feira, deixando para trás ganhos significativos enquanto investidores analisavam o fracasso do grupo dos principais países produtores em fechar um acordo sobre os níveis de produção futura.
Em torno das 14j10 (horário de Brasília), o petróleo WTI, negociado em Nova York, caía 2,4% para US$ 73,34 por barril, depois de subir mais cedo para perto da máxima em sete anos, enquanto o Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, caía 3,4% para US$ 74,58.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 2,6%, a US$ 2,2395 por galão.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, grupo conhecido como Opep+, encerrou as discussões na segunda-feira sobre o volume de petróleo que será devolvido ao mercado. Isso se deveu à recusa dos Emirados Árabes Unidos em assinar um acordo que resultaria em cerca de 400.000 barris por dia retornando ao mercado todos os meses de agosto a dezembro, bem como na prorrogação do acordo mais amplo até o final de 2022.
Isso significa que o mercado será privado de barris vitais de que precisa para se reequilibrar à medida que a demanda é retomada, especialmente com a significativa contração do mercado global com a retomada robusta dos principais consumidores de energia, principalmente na Europa, nos EUA e na China.
Além disso, também não houve acordo sobre a data da próxima reunião da Opep+.
A desavença no seio da Opep+ significa um aumento da incerteza nos próximos meses caso não se encontre uma solução rápida, o que sugere um aumento da volatilidade nos preços.
"Em teoria, isto significa que a produção da Opep+ permanecerá sem alterações em agosto, o que levaria a uma valorização dos preços no curto prazo", afirmaram os analistas do ING, em um relatório. "No entanto, o fim das negociações coloca o acordo como um todo em risco, e consequentemente, a possibilidade de aumento da oferta no longo prazo".
Os membros da Opep+ provavelmente serão pressionados a chegar a um acordo para o aumento da produção, com países como a Índia já deixando claro seu ponto de vista de que os preços estão altos demais.
Em junho, o American Petroleum Institute também fez um apelo para que o grupo mantivesse o mercado equilibrado. Os investidores estarão atentos à divulgação, na quarta-feira, dos dados da oferta de petróleo dos EUA pela entidade setorial, atrasado um dia devido ao feriado de segunda-feira, com os estoques caindo consistentemente a números elevados.