Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo apresentaram queda na sexta-feira depois de a inflação americana subir novamente mais que o esperado em maio, despertando preocupações quanto a uma desaceleração econômica, apesar de o mercado se manter firma rumo a mais uma semana positiva fundamentada pela demanda robusta nos Estados Unidos.
Às 13h, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com baixa de 1,79%, a US$ 119,72 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 1,97% a US$ 121,10 por barril.
Com preços em rali no geral dos últimos dois meses, o Brent estava na direção do quarto ganho semanal consecutivo enquanto o WTI parece pronto para a sétima semana sequencial de altas.
Os índice de preços ao consumidor dos EUA avançou 1,0% em relação a abril, levando a taxa de inflação anualizada geral a uma nova máxima em 40 anos, de 8,6%, devastando as esperanças de que o aumento no custo de vida havia atingido seu pico.
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Isto sugere que o Federal Reserve, que se reúne na próxima semana, terá de prosseguir com seu agressivo aperto da política monetária por um longo tempo, com um grande impacto potencial sobre o crescimento econômico do país.
Outro fator que vem impactando o cenário foi a notícia de que partes de Xangai impuseram novas restrições parciais após o maior centro econômico da China ter registado um surto localizado de casos Covid-19, pouco mais de uma semana depois de a cidade mais populosa do país ter encerrado um lockdown de dois meses extremamente prejudicial para a economia.
Dito isto, o humor geral no mercado do petróleo segue positivo, com a temporada de viagens rodoviárias do verão dos EUA assistindo forte demanda por gasolina e diesel, causando um aumento nos preços da gasolina para quase US$ 5 por galão.
Os dados da Energy Information Administration dos EUA, divulgados na quarta-feira, mostraram que os estoques de gasolina caíram 812.000 barris na semana passada, deixando-os mais perto dos níveis normalmente vistos no final da temporada de viagens de verão, não no seu início.
Além disso, o consumo na China, o maior importador de petróleo do mundo, poderia saltar 12% no terceiro trimestre em comparação com o segundo, de acordo com a China National Petroleum Corp.
Pelo lado da oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados concordou na semana passada em incrementar a sua produção em julho e agosto. No entanto, o grupo, conhecido como OPEP+, tem enfrentado dificuldades para implementar os aumentos de produção antes anunciados e, consequentemente, há dúvidas se esta nova proposta irá elevar de forma significativa a oferta global.
Além disso, a produção de petróleo na Noruega enfrenta uma possível interrupção em caso de greve dos petroleiros no domingo em função dos salários, embora a ameaça de "sanções secundárias" por parte dos EUA sobre a indústria energética da Rússia tenha aumentado após congressistas republicanos dos EUA terem apresentado um projeto de lei que proibiria as agências federais de conduzir negócios com qualquer indivíduo que ainda mantenha laços comerciais com entidades russas sob sanção.
Os dados relativos ao número de plataformas de petróleo nos EUA segundo a contagem da Baker Hughes, bem como os dados de posições da CFTC, têm a divulgação programada para mais tarde no pregão, como de costume.