Investing.com - A cotação do petróleo caía nesta quarta-feira, sentindo o peso da divulgação de dados pessimistas sobre os estoques dos EUA e da ameaça de possíveis guerras comerciais.
O contrato com vencimento em abril do petróleo bruto West Texas Intermediate recuava US$ 0,65 ou cerca de US$ 0,94% para US$ 62,01 o barril por volta das 05h30, não muito distante de US$ 63,27, mínima de uma semana atingida na sessão anterior.
Do outro lado do Atlântico, contratos de petróleo Brent com vencimento em maio na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres tinham queda de US$ 0,63, ou cerca de 0,96%, e o barril era negociado a US$ 65,15.
O Instituto Americano de Petróleo afirmou no final da terça-feira que os estoques de petróleo bruto tiveram aumento de 5,66 milhões de barris na semana encerrada em 2 de março, o que se compara a expectativas de aumento de 2,70 milhões de barris.
Participantes do mercado aguardavam os dados oficiais da Administração de Informação de Energia dos EUA, previstos ainda para esta quarta-feira.
A cotação do petróleo se fortaleceu após a Agência Internacional de Energia ter afirmado na segunda-feira que a demanda global de petróleo deverá crescer nos próximos cinco anos, ao passo que a produção de países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) irá subir em ritmo muito mais lento.
A Opep e outros países externos à organização, liderados pela Rússia, chegaram a um acordo em dezembro para estender os atuais cortes na produção por mais nove meses até o final de 2018.
O pacto para cortar a produção de petróleo em 1,8 milhão de barris por dia foi adotado no último inverno pela Opep, Rússia e outros nove produtores globais. O acordo deveria acabar em março de 2018, uma vez que já teve uma extensão.
No entanto, a Agência Internacional de Energia também fez revisão para cima do crescimento da produção de petróleo dos EUA, afirmando que o país irá produzir um total de quase 17 milhões de barris por dia em 2023.
A produção de petróleo dos EUA já ultrapassou a da Arábia Saudita, principal exportador do mundo, e totalizou 10,28 milhões de barris por dia.
O aumento da produção dos EUA pesou sobre a cotação do petróleo nos últimos meses em meio a temores de que isso afetaria os esforços globais para retirar o excesso de oferta do mercado.
Enquanto isso, os ânimos estavam em baixa após Donald Trump, presidente norte-americano, ter afirmado na terça-feira que ele irá prosseguir com a imposição de tarifas de importação sobre o aço e o alumínio apesar da crescente pressão de aliados políticos para que ele recue das medidas.
As tarifas, anunciadas na semana passada, geraram preocupações com uma possível guerra comercial.
Os mercados também estavam nervosos após Gary Cohn, assessor econômico de Trump, ter anunciado sua demissão na terça-feira. Supõe-se que a decisão foi feita após uma discordância entre Cohn e o presidente dos EUA quanto às tarifas de importação.
Além disso, os contratos futuros de gasolina recuavam 0,67% para US$ 1,928 o galão, ao passo que os contratos futuros de gás natural avançavam 0,25% para US$ 2,756 por milhão de unidades térmicas britânicas.