Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo tinham leve alta nesta terça-feira, consolidando-se após recentes vendas na esteira de perspectivas de oferta adicional e aumento de casos de Covid-19.
Por volta das 14h (horário de Brasília), os futuros do WTI dos EUA subiam 0,2%, a US$ 79,88 o barril, enquanto os futuros do Brent subiam 0,5%, a US$ 82,47. Ambos os contratos fecharam em baixa na segunda-feira, depois de caírem pela terceira semana consecutiva na semana passada.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA subiam 0,5%, negociados a US$ 2,3403 o galão.
Os preços do petróleo continuam próximos às máximas de sete anos, mesmo após essas perdas recentes, já as fortes vendas do varejo dos EUA sugerem aumento da atividade econômica nos meses à frente. No entanto, algo pode estar mudando no que se refere ao equilíbrio de oferta e demanda, devido a projeções de aumento da produção mundial nos próximos meses.
“O mercado mundial de petróleo continua pressionado em todas as medidas, mas um prognóstico de recuperação dos preços pode estar no horizonte”, afirmou a Agência Internacional de Energia na terça-feira em seu relatório mensal. “A produção nos EUA está aumentando paralelamente aos fortes preços do petróleo".
O instituto, com sede em Paris, afirmou que a produção global de petróleo aumentou em 1,4 milhão de barris por dia no mês passado e aumentará a mesma medida de novembro a dezembro quando as empresas de petróleo no Golfo do México restaurarem o fornecimento interrompido pelo furacão Ida.
Dados da Baker Hughes mostraram que as empresas de energia dos EUA reiniciaram trabalhos em plataformas de petróleo e gás natural pela terceira semana consecutiva na semana passada.
O secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, também afirmou nesta terça-feira que espera um superávit no fornecimento de petróleo já em dezembro e que o mercado permanecerá superabastecido no próximo ano.
Isso sugere que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados manterão a postura de aumento de produção apenas gradualmente até 2022.
“Com isso, o mercado aguarda por quaisquer desdobramentos da administração dos EUA que possam baixar os preços. Se alguma ação tiver que ser tomada, o caminho mais provável seria a liberação da Reserva Estratégica de Petróleo”, afirmaram analistas do ING em nota.
Mais tarde na sessão, temos a divulgação dos dados de estoques de petróleo bruto dos EUA do American Petroleum Institute.
Em termos de demanda, enquanto a economia dos Estados Unidos, maior consumidor de petróleo do mundo, apresenta sinais recorrentes de recuperação, em contrapartida, as notícias do crescente número de casos de Covid-19 são menos animadoras.
Áustria e a Holanda já anunciaram lockdowns parciais. Vários outros países europeus estão considerando medidas semelhantes, visto que mais uma vez o continente parece ser o epicentro da pandemia com a aproximação do inverno.
Por fim, a China, maior importador de petróleo bruto do mundo, está lutando contra a propagação de seu maior surto de Covid-19 causado pela variante Delta, com 21 províncias, regiões e municípios afetados.