Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, 28, em uma sessão na qual os destinos da produção de hidrocarbonetos russos dominou as atenções do mercado. A Alemanha deu sinalizações de que poderá apoiar um embargo das importações vindas da Rússia de gás e petróleo, o que pode abrir espaço para que o mesmo seja feito pela União Europeia (UE). Enquanto isso, o fluxo de barris e a demanda na China seguem monitorados. Por outro lado, a alta do dólar impede maiores ganhos da commodity, cotada na moeda americana.
O petróleo WTI para junho fechou em alta de 3,27% (US$ 3,34), a US$ 105,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mês de julho subiu 2,20% (US$ 2,31), a US$ 107,26 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os preços estão subindo já que um embargo da UE à Rússia parece mais provável de acontecer depois que a Alemanha desistiu de sua oposição, aponta Edward Moya, analista da Oanda. Segundo a Dow Jones, o país está pronto para parar de comprar petróleo russo, o que abre caminho para um veto da UE às importações.
O estado membro tem sido uma das principais vozes contrárias à sanções do bloco contra o petróleo e o gás russos. Na quarta-feira, porém, representantes da Alemanha em instituições da UE retiraram a objeção do país a um embargo total ao petróleo russo, contanto que Berlim tenha tempo suficiente para garantir fontes alternativas. Para Moya, agora que a Alemanha está se aproximando de um embargo total, a Rússia pode se tornar mais agressiva no corte de suprimentos.
Enquanto isso, o Irã está ampliando suas exportações de petróleo, no momento em que seu maior cliente, a China, reduz compras do óleo russo, diante da guerra na Ucrânia. A China reduziu suas compras de petróleo russo em 14% em março, segundo dados oficiais do país. Consumidores buscam alternativas aos hidrocarbonetos da Rússia, a fim de evitar sanções ocidentais.
Para o TD Securities, a demanda chinesa por petróleo provavelmente já atingiu o fundo do poço. Levantamento do banco destacou um aumento na mobilidade, apesar dos temores de um bloqueio cada vez maior. A análise também destaca recuperação da demanda por diesel no país, associada ao aumento das atividades industriais.