Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta, nesta quinta-feira, 7, pelo terceiro pregão consecutivo, impulsionados pelo apetite por risco nos mercados internacionais após os democratas garantirem o controle do Senado dos Estados Unidos, o que deve resultar em mais estímulos fiscais. A certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial também retira uma incerteza do radar. Além disso, a commodity ainda repercute a decisão da Arábia Saudita nesta semana de cortar a produção em 1 milhão de barris por dia em fevereiro e março.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para fevereiro subiu 0,40%, a US$ 50,83 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março avançou 0,15%, a US$ 54,38 o barril.
Um dia depois de os democratas garantirem os dois assentos da Geórgia no Senado, a certificação de Joe Biden no Congresso foi realizada, depois de uma invasão ao Capitólio na quarta ter atrasado o processo. Com a onda azul confirmada, ou seja, o Partido Democrata no controle da Casa Branca e das duas casas legislativas, os investidores que apostam em mais expansão fiscal decidiram comprar ativos de risco como as commodities.
"Os preços do petróleo continuam subindo", aponta o Commerzbank. De acordo com o banco alemão, a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) nesta semana ainda repercute no mercado da commodity energética. "O corte de produção voluntário surpreendentemente forte da Arábia Saudita ainda contribui para o movimento", dizem os analistas da instituição.
Nos cálculos da Capital Economics, se o corte na oferta dos sauditas for de fato implementado, deve compensar grande parte da fraqueza da demanda de petróleo, que é alimentada pelos novos lockdowns para conter o avanço da covid-19.
"Ainda esperamos que o preço do Brent suba para US$ 60 por barril até o final de 2021, já que o mercado permanecerá em déficit persistente", apontam os profissionais da consultoria britânica.
Para Edward Moya, analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York, se o mundo tiver mais de cinco vacinas contra o coronavírus disponíveis até o final do primeiro trimestre, "os preços do petróleo serão capazes de evitar a maioria das pressões de curto prazo sobre a demanda de petróleo".