Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo recuavam nesta segunda-feira, consolidando-se após os fortes ganhos da semana passada, antes da divulgação das previsões de demanda da Opep e da Agência Internacional de Energia (AIE), além de diversos dados econômicos que podem influenciar o mercado nesta semana.
Às 8h35 de Brasília, o petróleo norte-americano cedia 0,59%, a US$ 76,61 por barril, enquanto o Brent se desvalorizava 0,43%, a US$ 84,91 por barril, no mercado futuro.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo divulgará sua mais recente análise de demanda na terça-feira, seguida do relatório de mercado da AIE, na quarta.
Esses relatórios mensais são acompanhados de perto pelos operadores, para descobrir as tendências de mercado que estão impactando a demanda petrolífera no mundo, mas, neste mês, sua relevância é ainda maior, em vista da possível retomada do consumo de petróleo na China, após o maior país importador do produto no mundo remover suas restrições contra a Covid-19 no fim de 2022, que duraram anos.
Ambos os contratos referenciais dispararam mais de 8% na semana passada, graças em grande parte à maior confiança com a recuperação econômica da China.
“Embora ainda haja muito otimismo em torno da demanda chinesa, no curto prazo, o mercado petrolífero segue relativamente bem abastecido. Vemos uma possibilidade de mais altas no 2º tri de 2023 com um aumento das restrições de oferta”, escreveram os analistas do ING em nota aos clientes.
Algumas evidências dessa abundante oferta surgiram nos dados sobre as exportações petrolíferas do Irã, que atingiram novas máximas nos últimos dois meses de 2022, apesar das sanções dos EUA a remessas maiores para China e Venezuela.
A consultoria de energia SVB International afirmou que as exportações petrolíferas iranianas em dezembro foram de, em média, 1,137 milhão de barris por dia (mbpd), uma alta de 42.000 barris por dia (bpd) em relação a novembro, além de ser o número mais alto de 2022.
No entanto, a oferta pode ser prejudicada por notícias de que a Turquia fechou o vital Estreito de Bósforo para o transporte nesta segunda-feira, depois que uma embarcação encalhou nas margens da hidrovia que conecta o Mar Negro aos mercados globais.
Esses incidentes no Bósforo geralmente são resolvidos em questão de horas, mas um problema prolongado pode impedir que os navios petroleiros que partem da Rússia passem pelo estreito.
Outro fator que ajudou na valorização do petróleo foram sinais de que a inflação atingiu o pico, particularmente nos EUA, o que poderia fazer o Federal Reserve reduzir a agressividade da sua política, em detrimento do dólar.
O enfraquecimento do dólar torna as commodities denominadas na moeda, como o petróleo, mais baratas para compradores estrangeiros.
Os dados econômicos mais importantes da semana serão as vendas no varejo dos EUA na quarta-feira. Elas registraram sua maior queda em 11 meses em novembro, e uma queda similar em dezembro aumentaria as expectativas de que o Fed reduzirá suas elevações de juros, a fim de evitar um dano maior à economia, bem como à demanda de petróleo no maior país consumidor do produto no mundo.