Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo caíam na sexta-feira, impactados pelo avanço do dólar e pela especulação contínua que o governo Biden autorizará a liberação das reservas estratégica de petróleo dos EUA.
Por volta das 13h (horário de Brasília), os futuros do petróleo WTI, negociados em Nova York, caíam 0,9% para US$ 80,91 por barril, enquanto os futuros do Brent apresentavam baixa de 0,8% para US$ 82,21 por barril, com ambos os contratos seguindo rumo a uma terceira semana consecutiva de queda.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 0,1%, a US$ 2,3152 por galão.
O dólar disparou para o nível mais alto em 16 meses no início da sexta-feira, rumo a um ganho na semana de aproximadamente 1%, após a mais recente divulgação dos dados da inflação, que mostraram os preços ao consumidor subindo no maior ritmo anualizado desde 1990, aumentando as pressões sobre o Federal Reserve para elevar as taxas de juros antes do esperado.
O dólar em alta pesa sobre os preços porque encarece a commodity para compradores de fora dos EUA.
Os investidores também estão hesitantes em função dos rumores persistentes de que o governo dos EUA agirá para reduzir os preços da gasolina, uma batata quente política, ao liberar a oferta das reservas estratégicas do país.
Isto vem na esteira da recusa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo de grandes produtores conhecido como Opep+, de atender os apelos do Presidente Joe Biden e de outros líderes mundiais para alavancarem a produção em um ritmo mais rápido.
O grupo concordou, no início deste mês, em manter o atual ritmo de flexibilização dos cortes recorde na produção, de apenas 400.000 barris por dia.
A Opep+ reluta em incrementar a oferta além do já acordado porque vê uma estagnação na demanda no quarto trimestre, afetada pelos altos preços da energia, enquanto a recuperação econômica global deixa de ser impulsionada pela restauração da demanda por mercadorias, que por sua vez estimulou a demanda por energia, na direção da retomada da demanda por serviços.
Além disso, o grupo antecipa um forte abastecimento de fora da Opep no ano que vem, mantendo a sua previsão inalterada, em 3,02 milhões de barris por dia.
"É esta expetativa constante da Opep de um mercado com mais fornecimento no ano que vem que os impede de recuar com a flexibilização dos cortes na oferta de forma mais agressiva no curto prazo", afirmaram os analistas do ING em relatório.
A contagem de plataformas da Baker Hughes durante a tarde trará novas indicações sobre se os produtores norte-americanos estão acelerando os planos de produção, potencialmente aumentando o fornecimento futuro de fora da Opep.