Por Liz Moyer e Leandro Manzoni
Investing.com – Os preços do petróleo parecem estar em uma montanha-russa nesta quarta-feira (3). O sobe e desce das cotações está ligado a notícias ligadas a decisões da Opep+ (grupo que reúne os maiores produtores e exportadores globais da commodity) e ao número de estoques de petróleo e derivados nos EUA.
Às 12h11, o contrato futuro do petróleo WTI, negociado em Nova York, caía 2,38% a US$ 92,21 o barril, enquanto o contrato futuro do petróleo Brent, referência mundial de preço cotado em Londres, recuava 2,22% a US$ 98,36 o barril. Ambos benchmarks chegaram a subir quase 2% nesta manhã - após iniciar o dia no negativo -, mas recuaram com aumento inesperado do estoque de petróleo, de acordo com a Administração de Informações Energética (EIA, na sigla em inglês).
Os estoques de petróleo tiveram uma alta de 4,467 milhões de barris, ante expectativas de queda de 0,629 milhão de barris.
Os estoques de destilados tiveram um recuo de 2,4 milhões de barris. A expectativa era que houvesse um aumento de 1,038 milhão de barris.
Os estoques de gasolina subiram 0,163 milhão de barris, ante expectativas de baixa de 1,614 milhão de barris.
Opep+ tinha dado otimismo
A janela de alta nos preços do petróleo ocorreu após notícias de que os maiores países exportadores do mundo poderiam concordar em realizar apenas um pequeno aumento na produção a partir de setembro.
As agências de notícias informaram que o órgão ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo propôs um aumento de 100.000 barris por dia nas cotas a partir do mês que vem. A iniciativa poderia, pelo menos no papel, elevar a meta de produção da Opep acima do nível em que estava no início da pandemia. No entanto, problemas acima da superfície e o subinvestimento no passado em diversos membros do bloco fizeram com que sua produção ficasse bastante aquém dessa meta.
Se a Opep, como de costume, distribuir o aumento da cota entre todos os membros, o efeito prático da oferta maior seria muito menor do que os 100.000 barris por dia, dada a falta de capacidade de aumento de produção de muitos membros do cartel no curto prazo. Comentários públicos recentes dos ministros do grupo sugeriram que apenas a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos tinham espaço real para aumentar a oferta.
“O mercado provavelmente esperava um pouco mais da Opep, pois estava sobre a mesa um aumento maior”, afirmou Jens Naervig Pedersen, diretor de pesquisa do Danske Bank, via Twitter.
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