Investing.com - A cotação do petróleo estava em alta pelo segundo dia seguido nesta terça-feira, já que o apetite por ativos arriscados melhorou após um discurso de Xi Jinping, presidente chinês, ter aliviado preocupações a respeito de um conflito comercial entre os Estados Unidos e a China enquanto investidores aguardam dados sobre os estoques de petróleo bruto dos EUA e sobre os níveis de produção da Opep.
Ao falar no Boao Forum for Asia, Xi também afirmou que a China irá reduzir as tarifas de importação sobre veículos, estimular importações e fortalecer a proteção da propriedade intelectual.
Os comentários ajudaram a aliviar o nervosismo dos investidores a respeito da atual disputa tarifária retaliatória entre EUA e China, o que investidores temiam que poderia se transformar em uma guerra comercial plena entre as duas maiores economias do mundo.
Contratos futuros de petróleo bruto WTI, negociados em Nova York, tinham ganhos de US$ 1,56, ou cerca de 2,5%, e eram negociados a US$ 65,02 o barril às 12h04.
Além disso, contratos futuros de petróleo Brent, referência para preços do petróleo fora dos EUA, avançavam US$ 1,66, ou cerca de 2,4%, para US$ 70,31 o barril.
A cotação do petróleo registrou ganhos de quase 5% nas duas últimas sessões, recuperando muito do que perdeu na semana passada quando a decisão dos EUA de impor tarifas sobre o equivalente a US$ 50 bilhões de produtos chineses levou a commodity à mínima de duas semanas.
Agente do mercado aguardam novos dados semanais sobre os estoques comerciais de petróleo bruto dos EUA para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo e a rapidez com que os níveis de produção irão continuar a subir.
O Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês), grupo do setor petrolífero, deve divulgar seu relatório semanal às 17h30 desta terça-feira. Dados oficiais da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) serão divulgados na quarta-feira, em meio a previsões de aumento dos estoques de petróleo em 0,2 milhão de barris.
Analistas e investidores alertaram recentemente que produtores de shale oil nos EUA poderiam afetar os esforços da Opep para reduzir o excesso de oferta.
Em novembro do ano passado, a OPEP e outros produtores, incluindo a Rússia, concordaram em cortar cerca de 1,8 milhão de barris por dia da produção de petróleo para reduzir os estoques globais para a média de cinco anos. O acordo está programado para vencer no final de 2018, embora a Arábia Saudita tenha prometido, há duas semanas, tentar estender os cortes na produção para o ano que vem.
Investidores irão receber a mais recente avaliação de como a Opep está mantendo o acordo quando o relatório mensal do cartel for divulgado na quarta-feira.
O mercado também está atento a acontecimentos na Síria. Donald Trump, presidente norte-americano, prometeu uma "grande resposta" dentro de 24 a 48 horas quanto a um suposto ataque com armas químicas na Síria, o que ele afirmou poder ser obra do governo da Síria, do Irã, da Rússia ou de todos esses três países.
Em outras negociações de energia, contratos futuros de gasolina avançavam 2,5% para US$ 2,0274 o galão, ao passo que o óleo de aquecimento tinha ganhos de 2,4% e era negociado a US$ 2,041 o galão.
Contratos futuros de gás natural recuavam 1,2%, para US$ 2,662 por milhão de unidades térmicas britânicas.