Netanyahu e Trump sinalizam ter abandonado negociações com Hamas para cessar-fogo em Gaza
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta quinta-feira, conforme os investidores monitoravam as negociações comerciais dos Estados Unidos com seus principais parceiros, em meio à contínua incerteza sobre as tensões entre o governo brasileiro e o presidente norte-americano, Donald Trump.
Às 9h44, o dólar à vista subia 0,12%, a R$5,5306 na venda.
Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,27%, a R$5,537 na venda.
Os movimentos do real nesta sessão ocorriam na esteira da baixa volatilidade nos mercados globais de câmbio, com a moeda norte-americana em leve alta ante pares fortes, como o iene e o euro, e emergentes, como peso mexicano e o rand sul-africano.
Na véspera, os investidores exibiram enorme apetite por ativos mais arriscados, uma vez que mostraram otimismo com um alcance de um acordo comercial entre EUA e Japão e relatos de que a União Europeia também estava próxima de um entendimento com Washington.
No pregão desta quinta, entretanto, os agentes financeiros optavam pela cautela, enquanto aguardam novidades sobre as negociações comerciais dos EUA. A concretização de um acordo com a UE pode fomentar novamente o sentimento de risco nos mercados.
No Brasil, o panorama das tensões comerciais com os EUA também apoiava a opção pela cautela, uma vez que o mercado nacional ainda aguarda mais detalhes sobre a resposta brasileira para a ameaça de Trump de impor tarifa de 50% sobre os produtos do país a partir de 1º de agosto.
O caso brasileiro, por outro lado, é mais complexo, já que Trump vinculou sua ameaça a questões mais políticas -- como o tratamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro vem recebendo do Supremo Tribunal Federal (STF) -- do que comerciais, o que, em tese, fornece menos espaço para discussões.
"No momento, é difícil saber a total extensão dessa iniciativa (de Trump) e qual será a reação do governo brasileiro", disse a economista Paula Magalhães, do banco Bradesco (BVMF:BBDC4), em relatório.
"O fato de o Brasil ser uma economia relativamente fechada e fundamentos externos que indicam fraqueza do dólar ajudam a explicar por que a taxa de câmbio continua orbitando seus valores de equilíbrio", completou.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,24%, a 97,434.
Para além do comércio, os mercados também analisavam a mais recente decisão de política monetária do Banco Central Europeu, que manteve sua taxa de juros inalterada em 2% nesta quinta-feira, após oito cortes de juros em um ano.
Com a inflação de volta à meta de 2% e com a expectativa de que permaneça nesse patamar, as autoridades optaram pela pausa no afrouxamento monetário, justamente quando as negociações entre a UE e os EUA parecem estar na reta final.
Na frente de dados, os investidores analisarão dados de arrecadação para junho no Brasil, às 10h30, e as pesquisas PMI da S&P Global sobre os setores industrial e de serviços dos EUA, ambas às 10h45.