Lula diz que espera encontrar com Trump e que enviou carta convidando para COP30
Investing.com — Os preços do petróleo registravam forte alta nesta terça-feira, embalados por compras técnicas, após tocarem os níveis mais baixos em quatro anos, reflexo de preocupações com a desaceleração da demanda global e o avanço da produção.
Às 11h30 de Brasília, os contratos do Brent com vencimento em julho subiam 3,89%, a US$ 62,52 por barril, enquanto o WTI avançava 4,24%, cotado a US$ 59,53.
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O movimento de recuperação ganhou força após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que países que continuarem adquirindo petróleo ou derivados do Irã estarão sujeitos, imediatamente, a sanções secundárias por parte de Washington.
Apesar da reação positiva, preços seguem pressionados
Mesmo com o alívio observado nesta sessão, o cenário para o mercado petrolífero segue carregado. Ambos os benchmarks encerraram a segunda-feira nos menores níveis desde fevereiro de 2021, influenciados por uma nova rodada de aumentos de produção decidida pela Opep+ no fim de semana e pelo enfraquecimento da demanda global, agravado pela escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Embora os dois países tenham dado sinais de possível retomada do diálogo, não há negociações em curso neste momento.
A disputa tarifária tem pressionado fortemente os preços do petróleo, diante do temor de que o impacto econômico sobre as duas maiores economias do mundo comprometa o consumo global da commodity.
Indicadores divulgados recentemente reforçam esse cenário: dados do PMI de serviços da China mostraram crescimento abaixo do esperado em abril, enquanto o setor industrial chinês também decepcionou na semana passada. Nos EUA, o PIB apresentou contração inesperada no primeiro trimestre.
Opep+ amplia produção e reforça viés baixista
A pressão adicional sobre os preços decorre da decisão da Opep+, oficializada no fim de semana, de ampliar de forma mais agressiva os níveis de produção pelo segundo mês consecutivo. A Arábia Saudita, principal liderança do grupo, deverá conduzir a reversão de cortes implementados nos últimos dois anos, com diversos países-membros buscando elevar os volumes exportados como forma de compensar os preços mais baixos no mercado internacional.
Bancos revisam para baixo projeções para o petróleo
A recente derrocada dos preços levou importantes instituições financeiras a revisarem suas estimativas para o petróleo.
O Barclays (LON:BARC) reduziu em US$ 4 sua projeção para o Brent, agora em US$ 70 por barril para 2025, e definiu sua estimativa para 2026 em US$ 62. Segundo o banco, os fundamentos do mercado enfrentam um "caminho instável" diante da intensificação das tensões comerciais e da guinada estratégica da Opep+.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) também ajustou suas projeções, cortando entre US$ 2 e US$ 3 por barril sua previsão, ao antecipar um novo aumento de 400 mil barris por dia na produção da Opep+ já em julho.
Produção de shale nos EUA pode ter atingido o topo
A Diamondback Energy, produtora independente com atuação concentrada na Bacia do Permiano, afirmou na segunda-feira que a produção de petróleo não convencional nos EUA provavelmente atingiu seu pico, dado o atual patamar de preços que inviabiliza novos investimentos no setor.
A companhia alertou que o setor enfrenta um ponto de inflexão e que a tendência para os próximos meses é de desaceleração na oferta, acompanhada por cortes em planos de produção e investimentos para 2025.
“A produção terrestre nos EUA atingiu o pico e deve começar a recuar já neste trimestre”, afirmou a empresa em carta aos acionistas, ao revisar suas estimativas operacionais.
A produção americana havia alcançado patamar recorde superior a 13 milhões de barris por dia em 2024. A sinalização da Diamondback contrasta com os apelos reiterados do presidente Trump por maior produção doméstica de energia.
(Com colaboração de Ambar Warrick)