Por Peter Nurse
Investing.com -- O petróleo subia na quinta-feira, após recuar ao longo da manhã, depois de a Opep alertar que os atuais preços elevados da energia provavelmente terão um impacto negativo sobre a demanda no último trimestre deste ano.
Por volta das 12h50 (horário de Brasília), os futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York, subiam 0,7%, para US$ 81,92 por barril, após recuarem 3,3% na quarta-feira, enquanto os futuros do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, subiam 0,6% para US$ 83,12, após um recuo de 2,5% durante o pregão anterior.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 1,55%, a US$ 2,3328 por galão.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, grupo dos maiores produtores do mundo, conhecido como Opep, disse em seu relatório mensal divulgado na quinta-feira que espera que a demanda de petróleo atinja uma média de 99,49 milhões de barris por dia no quarto trimestre de 2021, queda de 330.000 barris em relação às previsões do mês passado.
O grupo citou os elevados preços da energia como a razão para a redução da demanda por petróleo, mas manteve sua previsão de crescimento robusto para níveis acima dos pré-pandemia em 2022.
Os preços do petróleo sofreram quedas acentuadas na quarta-feira depois que os dados mostraram que a inflação dos EUA teve seu maior aumento em 30 anos, impulsionando o dólar com as maiores expectativas em torno de uma elevação precoce das taxas de juros por parte do Federal Reserve, em detrimento das commodities, cujos preços são fixados na moeda dos EUA.
Além disso, o aumento dos estoques de petróleo dos EUA após o governo liberar parte das reservas estratégicas também teve impacto, alimentando a especulação de que o governo dos EUA irá aproveitar a Reserva Estratégica de Petróleo (REP) do país para forçar a redução dos preços.
Dito isto, a seriedade com que os investidores levaram a possível ameaça de maior disponibilidade de petróleo oriundo da REP está aberta a debate, considerando-se que o governo Biden segue em grande parte políticas que sinalizam sua intenção de limitar a produção nacional de petróleo e gás.
"Em última análise, é a Opep+ que detém o poder neste momento e é pouco provável que vejamos qualquer ação deles ainda este ano. Isso deve manter os preços do petróleo em alta por enquanto", de acordo com os analistas da MarketPulse.
No início deste mês, a Opep e os seus aliados, grupo conhecido como Opep+, decidiram se manter fieis ao seu atual ritmo de flexibilização dos cortes recordes de produção implementados no início da pandemia, concordando em aumentar a oferta em apenas 400.000 barris por dia.