Por Barani Krishnan
Investing.com - O petróleo segurou as perdas iniciais de quinta-feira e parte da desvalorização da sessão de ontem com o revés da notícia de que o governo dos EUA não estaria planejando utilizar as reservas de emergência nem proibir as exportações da commodity para conter a alta dos preços do combustível e a inflação.
Os contratos do West Texas Intermediate fechou em alta de 1,1%, a US$ 78,20. O Brent, negociado em Londres e referência global para petróleo, subiu 1,1%, a US$ 81,95.
Ambos os benchmarks recuaram cerca de 3% no início do dia, estendendo a queda de 2% de quarta-feira, com as negociações sofrendo influência dos possíveis impactos com a venda de petróleo da Reserva Estratégica de Petróleo (SPF, da sigla em inglês), bem como a reinstituição do embargo de quatro décadas das exportações de petróleo dos EUA suspensa em 2015.
As preocupações surgiram depois que a Secretária de Energia Jennifer Granholm insinuou a venda de SPR e proibição de exportação como uma das ferramentas mantidas pelo governo na crise de abastecimento e preço do petróleo. Granholm fez as declarações em um evento do setor organizado pelo Financial Times na quarta-feira.
Um repórter da Bloomberg que acompanhava a matéria do Financial Times, no entanto, tweetou no meio da manhã de quinta-feira que o Departamento de Energia não estava considerando explorar as SPR "neste momento", nem seguir com a proibição de exportação de petróleo. Entusiastas do petróleo imediatamente especularam a alta dos preços em cima do tweet da Bloomberg.
“Investidores do setor de energia pensaram inicialmente que talvez o governo Biden estivesse em pânico e quisesse explorar a SPR muito antes do justificável”, afirmou Ed Moya, analista da OANDA, referindo-se aos reveses da possibilidade de venda e proibição de exportação da SPR. “O mercado de petróleo está ainda fortemente deficitário e provavelmente essa será a conversa do inverno.”
A SPR, localizada próximo ao Golfo do México dos Estados Unidos, é o maior estoque de petróleo bruto de emergência do mundo. Gerenciada pelo Departamento de Energia dos EUA, a reserva continha 617,8 milhões de barris de petróleo na semana passada - equivalente a cerca de um mês de demanda de petróleo dos EUA.
A última grande versão desse revés foi em 2011, quando o governo Obama trabalhou com outros membros da Agência Internacional de Energia na utilização dos estoques de emergência para derrubar os preços em alta na época. O Congresso dos EUA também autorizou vendas periódicas da SPR para aumentar a receita do governo.
As exportações de petróleo bruto dos EUA têm sido irrestritas desde que o Congresso suspendeu as restrições federais a embarques em 2015, com o país enviando entre 2,0 milhões e 3,0 milhões de barris por dia para a China e outros locais.
O preço médio da gasolina nos postos dos EUA está na faixa de US$ 3,19 o galão - o mais alto em sete anos - e a Casa Branca teme que o aumento nos custos do combustível possa prejudicar as perspectivas políticas do governo para as eleições legislativas no ano que vem.
Enquanto isso, as referências globais do petróleo, representadas pelos WTI e Brent, tiveram aumento de cerca de 60% no ano.
Na quarta-feira, os preços da commodity também sofreram pressão, após o segundo aumento consecutivo dos estoques semanais de petróleo dos EUA.
Os estoques de petróleo aumentaram em 2,35 milhões de barris na semana findada em 1º de outubro, seguindo o aumento de 4,58 milhões da semana anterior, de acordo com a Administração de Informação de Energia em seu Relatório Semanal de Status do Petróleo.
Além da alta relatada, a AIE elevou as estimativas de produção de petróleo dos EUA para 11,3 milhões de barris por dia na semana até 1º de outubro, ante prévios 11,1 milhões diários.
A AIE afirmou que os estoques de gasolina aumentaram em 3,26 milhões de barris na semana findada em 1º de outubro, contra previsões de aumento de 400.000 barris. Na semana anterior, os estoques de combustível para motor aumentaram em 3,48 milhões.
Os estoques de destilados, dentre eles diesel e óleo para aquecimento, caíram 396.000 barris na última semana, contra um déficit esperado de 750.000, de acordo com dados.