Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo avançaram na terça-feira após os EUA anunciarem a liberação de 50 milhões de barris das suas reservas de petróleo bruto para esfriar os mercados, confirmando o que era esperado há alguns dias.
A Casa Branca divulgou uma declaração no início da terça-feira passada, afirmando que aumentaria a oferta ao mercado global a partir da sua Reserva Estratégica de Petróleo, numa combinação de empréstimo e venda, em conjunto com a China, o Japão, a Índia, a Coreia do Sul e a Grã-Bretanha.
Às 13h02, os contratos futuros do petróleo WTI, comercializado em Nova York, eram negociados com alta de 1,72% a US$ 78,07 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam alta de 2,2% a US$ 81,45. Ambos os benchmarks atingiram seus níveis mais baixos desde o início de outubro no início da semana, com a expectativa dessa ação.
Esta ação por parte de alguns dos principais consumidores do mundo vem na sequência da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como OPEP+, de aumentar apenas de maneira gradual a produção da commodity. após os cortes acentuados de produção do início da pandemia.
Além disso, ela assinala um desafio ao poder que estes produtores têm sobre o mercado, podendo desencadear uma resposta do grupo quando ele se reunir no início de dezembro.
O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al-Mazrouei, disse na terça-feira que os Emirados Árabes Unidos não enxergam "nenhuma lógica" no aumento de seus próprios aportes aos mercados globais no momento, enquanto um porta-voz russo disse que o Kremlin continua comprometido com o cumprimento de suas obrigações e que o Presidente Vladimir Putin não tinha planos de travar contato com os parceiros da OPEP+.
"Há um risco crescente de que a OPEP+ responda à liberação da REP com a suspensão dos aumentos de fornecimento planejados", disseram os analistas do ING em relatório.
Além disso, "ainda é preciso perguntar se realmente há necessidade dessa ação. As preocupações com a Covid estão aumentando novamente, especialmente com a implementação de restrições mais rigorosas em partes da Europa, enquanto espera-se que o equilíbrio do petróleo esteja muito mais confortável já no primeiro trimestre do próximo ano", acrescentou o ING.
Na segunda-feira, a Áustria tornou-se o primeiro país da Europa Ocidental a reimpor um lockdown nacional diante do recrudescimento das infeções pelo coronavírus. A Bélgica e a Holanda introduziram restrições parciais, com crescentes expectativas se a Alemanha, a maior economia da zona do euro, acompanhará a tendência em breve.
Na terça-feira, a Barclays (LON:BARC) elevou suas previsões para o preço do petróleo em 2022, pois antecipa um consumo de inventários maior que o esperado e uma resposta de fornecimento cautelosa para compensar um superávit modesto no ano que vem.
O banco aumentou sua previsão de preço médio de 2022 em US$ 3, para US$ 80 e US$ 77 por barril de Brent e West Texas Intermediate (WTI), respectivamente.