Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo eram negociados em alta na segunda-feira com sinais de forte demanda, apesar da liberação de reservas de combustível por parte da China, às portas da reunião dos principais produtores esta semana para discutir a oferta.
Por volta das 13h05 (horário de Brasília), os futuros do petróleo WTI, negociados em Nova York, subiam 0,9% para US$ 84,34 por barril, enquanto os futuros do Brent apresentavam alta de 1,2%, a US$ 84,74 por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 1,15%, a US$ 2,3970 por galão.
Os preços do petróleo dispararam para máximas plurianuais na semana passada, ajudados pela recuperação da demanda pós-pandemia em todo o mundo. Isto prosseguiu nesta segunda-feira, quando os dados mostraram que o consumo de diesel na Índia, terceiro maior consumidor de energia no mundo, subiu acima dos níveis pré-Covid pela primeira vez em um ano. O fato foi impulsionado pelo aumento da atividade industrial às vésperas da época de festas.
"Nossa estimativa é que a demanda por petróleo está se aproximando de 100 milhões de b/d, seu nível pré-Covid, com a sazonalidade do inverno [no hemisfério norte] e a recuperação da demanda internacional de jatos pronta para trazer a demanda a recordes de alta no início do ano que vem", afirmaram os analistas do Goldman Sachs, em relatório.
Esta notícia ajudou a derrubar o sentimento negativo de mais cedo, causado por uma rara declaração oficial do governo chinês confirmando a liberação de reservas de gasolina e diesel para aumentar a oferta no mercado e dar apoio à estabilidade dos preços em algumas regiões.
As atenções se voltam agora para a reunião de quinta-feira da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, um grupo conhecido como Opep+, para discutir os futuros níveis de oferta.
Espera-se que estes grandes produtores se mantenham fiéis ao seu plano de adicionar 400.000 barris por dia de fornecimento em dezembro, embora estejam sob uma crescente pressão dos países consumidores para aumentarem a produção em quantidades mais significativas, a fim de se reduzirem os preços.
Por exemplo, o presidente dos EUA, Joe Biden, fez um apelo no sábado aos principais países produtores de energia do G20 com capacidade de reserva que alavanquem a produção, de modo a garantir uma recuperação econômica global mais forte.
"Além do potencial do retorno do mercado a um nível excedente no próximo ano, o outro fator travando o grupo é a incerteza sobre se e quando o fornecimento iraniano pode voltar ao mercado", afirmaram os analistas do ING, em relatório. "As negociações nucleares do Irã deverão ser retomadas este mês e o grupo não vai querer aumentar a produção se houver o potencial para fluxos iranianos mais elevados".
Somando-se ao tom positivo da segunda-feira esteve o fracasso dos líderes do G20, grupo das principais economias do mundo, em acordar alguma ação concreta durante o fim de semana a fim de limitar o aquecimento global, tornando difícil chegar a alguma conclusão significativa durante a COP26, a conferência das Nações Unidas sobre o clima, realizada na Escócia.