Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do petróleo bruto subiam na quarta-feira (20) contra um pano de fundo de poucas notícias que mexem com o mercado, com a atenção voltada principalmente para a posse de Joe Biden como presidente dos EUA.
De acordo com várias notícias, Biden deve assinar uma ordem executiva mais tarde em seu primeiro dia no cargo bloqueando o desenvolvimento do oleoduto Keystone XL, um ato aparentemente destinado a enviar um sinal de que a nova administração priorizará as mudanças climáticas e as questões de qualidade do ar ao desenvolvimento de petróleo e gás doméstico. Outras ações políticas importantes esperadas da administração no curto prazo incluem um novo compromisso dos EUA com o Acordo do Clima de Paris e o fim das tentativas do presidente Donald Trump de derrubar os novos padrões sobre emissões de escapamento da Califórnia.
Às 15h32 (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA subiam 1%, a US$ 53,53 o barril, enquanto o Brent, o índice de referência global, subia 0,6%, a US$ 56,26 o barril. Ambos os blends estão testando máximas de 11 meses com a expectativa de que os gastos agressivos com estímulos solicitados por Janet Yellen em sua audiência de confirmação como secretária do Tesouro na terça-feira se traduzirão em uma demanda por combustível mais robusta.
Os futuros da gasolina dos EUA subiam 0,9%, a US$ 1,5515 por galão.
Mais cedo, houve alguma volatilidade causada por um artigo da agência de notícias iraquiana citando o ministro do Petróleo Ihsan Abdul Jabbar dizendo que o país estava perto de um acordo com o bloco de produtores Opep+ para aumentar as exportações de petróleo do Iraque, um movimento que significaria um afrouxamento da disciplina de produção que tem sustentado os preços nas últimas semanas.
A agência posteriormente retirou sua matéria.
“O ministro do Petróleo não fez esses comentários e não se encontrou com o repórter do jornal”, disse o porta-voz do ministério, Asim Jihad, à Reuters. O artigo original já foi excluído, informou a Reuters.
A política de Biden em relação ao Golfo, especificamente em relação ao Irã, é desconhecida e pode acabar tendo um grande impacto no mercado global de petróleo, escreveram analistas da Wood Mackenzie em um novo relatório.
"O Irã é um ‘elefante na sala’, capaz de entregar 1 milhão de barris por dia em exportações de petróleo em meses - se as sanções forem suspensas", escreveu a estrategista Ann-Louise Hittle. No entanto, ela acrescentou que espera que a questão "seja deixada em segundo plano, pelo menos até depois das próprias eleições presidenciais do Irã em junho de 2021".
Hittle, que previu consistentemente uma grande recuperação na demanda de petróleo este ano, disse que espera que a demanda global volte a 99 milhões de bpd no final do ano, apenas 1 milhão de bpd abaixo dos níveis pré-Covid. Ela também espera que Brent esteja de volta a US$ 60 o barril até lá.