O petróleo fechou em alta robusta nesta quarta-feira, recuperando parte das perdas da terça-feira. O mercado segue monitorando o conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia. Além disso, a divulgação da ata da última reunião monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e dos dados de estoques do óleo nos Estados Unidos estiveram no radar dos investidores.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para março avançou 1,73% (US$ 1,59), a US$ 93,66, enquanto o do Brent para abril subiu 1,64% (US$ 1,53), a US$ 94,81, na London Metal Exchange (LME).
O dia começou com alívio das tensões no Leste Europeu, após a Rússia reafirmar que está deslocando mais tropas e armamentos de volta para suas bases. No entanto, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, reiterou que a Rússia continua aumentando a presença militar perto da fronteira com a Ucrânia. Além disso, o secretário de Estado americano, Anthony Blinken, afirmou que não há evidências até agora de que a Rússia desmobilizou tropas. Ambas as declarações mexeram com o mercado e fizeram os preços do petróleo saltarem.
De acordo com Craig Erlam, da Oanda, Os preços do petróleo aumentaram no final da sexta-feira e no início da semana, à medida que o risco percebido de uma invasão russa aumentou, ameaçando impactar os suprimentos em um mercado já extremamente apertado. Embora o petróleo tenha recuado das altas quando as tropas russas começaram a deixar a fronteira - a Otan ainda não está convencida dessas garantias - o mercado permanece extremamente apertado e os preços estavam em uma trajetória ascendente antes da escalada.
Além disso, o petróleo ganhou ainda mais fôlego no mercado futuro após o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) informar o aumento de 1,121 milhão de barris da commodity nos estoques dos EUA na semana passada, contrariando a expectativa de baixa do mercado.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não pode responder sozinha à crescente demanda por petróleo após anos de investimentos fracos, afirmou o presidente do cartel nesta quarta-feira, num momento em que o preço do barril da commodity se aproxima de US$ 100. Os EUA vêm pressionando a Opep a ampliar sua oferta de modo a aliviar o preço do petróleo para o consumidor final, uma vez que as cotações atingiram os maiores níveis desde 2014 em meio a temores de que a Rússia possa invadir a Ucrânia.
A Opep já concordou em ampliar sua produção de petróleo gradualmente. No entanto, a maioria de seus integrantes não tem conseguido cumprir suas cotas após anos de investimentos abaixo do necessário, situação que foi agravada pela pandemia. Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que têm capacidade ociosa suficiente para compensar o déficit na oferta, disseram que não vão produzir acima de suas cotas por temerem comprometer sua parceria com os demais membros da Opep.