SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja no Brasil avançou para 58,1% da área estimada nesta semana, mantendo o atraso ante os 71,9% registrados no mesmo período da safra passada e os 62,4% da média histórica para esta época, informou a consultoria Arc Mercosul.
Segundo a empresa, o ritmo de plantio da oleaginosa perdeu força nos últimos sete dias, diante da falta de chuvas em Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e nos Estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
"Se não fosse o avanço da semeadura acelerada em Mato Grosso, o ritmo nacional teria perdido bastante na atualização de hoje", disse à Reuters o diretor da Arc Mercosul, Matheus Pereira.
Um atraso no plantio não é necessariamente um problema para a safra da oleaginosa.
Nesta sexta-feira, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estimou a produção de soja do Brasil em 122,8 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 4,2% ante a colheita de 2019, mas levemente abaixo do recorde histórico de 2018 (123,08 milhões de toneladas).
Contudo, o atraso na soja é acompanhado de perto pelos produtores que pretendem fazer a segunda safra de milho, já que um cultivo mais lento poderia reduzir a janela climática ideal para o cereal.
Segundo a Arc Mercosul, apesar do atraso na soja, "ainda não vemos ameaças generalizadas que justifiquem a redução da nossa atual estimativa para a safra total de milho do Brasil".
A consultoria estima a produção do grão em 96,32 milhões de toneladas, com o milho segunda safra respondendo por cerca de dois terços do total. "Este é o nosso número desde agosto, quando lançamos nossa primeira estimativa."
(Por Roberto Samora e Gabriel Araujo)