Investing.com – Os produtores de mercados de cana, açúcar e etanol do Centro-Sul do Brasil apresentam uma safra 2023/2024 abençoada com a combinação de grande volume e preço excepcional, o que não costuma ser comum. É o que avalia o Rabobank em seu relatório "Perspectivas para o agronegócio brasileiro 2024", com projeções para estas e diversas outras commodities.
Segundo o Rabobank, o clima vai desempenhar um papel crucial para determinar até quando a safra seguirá, o que vai atrair as atenções devido aos impactos da abundância de commodities como as mencionadas.
A expectativa é de que a disponibilidade de cana para colheita na região em 2023/24 fique entre 620 e 635 milhões de toneladas. A cana colhida no período anterior a 31 março é contabilizada como do ano-safra 2023/24.
O banco avalia ainda que as estimativas preliminares indicam “que 2024/25 poderia ser mais um bom ano de volume e preço”. A projeção preliminar da moagem em 2024/25 é de 610 milhões de toneladas.
O Rabobank alerta ainda para possíveis gargalos logísticos devido as chuvas, sendo que “com os armazéns dos portos cheios, o açúcar destinado à exportação precisaria ficar mais tempo nas usinas ou nos terminais de transbordo”.
Preços internacionais
Considerando o cenário internacional, o relatório aponta que os preços do açúcar em 2024 e 2025 demonstram que o setor vai “escolher para a maximização da porcentagem de açúcar no mix dos produtos em 2024/25”.
O Rabobank detalha que o centro-sul acumula uma safra enorme, mas o El Niño pesou sobre Índia e a Tailândia, reduzindo os volumes nestes países e a nível global no primeiro semestre do ano que vem.
“No caso da Índia, que exportou 6,1 milhões de toneladas em 2022/23, com uma eleição federal em abril/maio de 2024, a autorização para exportações de açúcar tem sido suspendida pelo governo indiano, com pouca probabilidade de mudança até a eleição passar”, conclui o Rabobank.