Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo caíam na segunda-feira, continuando a recente fraqueza após o surto de coronavírus na China, mas as perdas foram limitadas devido a relatos de que alguns dos principais produtores de petróleo planejam cortes mais profundos na produção para recuperar o equilíbrio do mercado.
Às 6h20 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo bruto dos EUA caíam 0,1%, para US$ 51,52 por barril. Já no Reino Unido, a referência global de petróleo, Brent, caía 0,7%, para US$ 56,19 por barril.
O Brent registrou uma perda mensal de pouco mais de 14% em janeiro, sua maior queda desde novembro de 2018, quando perdeu 22%. O WTI caiu quase 16% no mês, o pior desde maio.
Essas perdas pesadas ocorrem em grande parte devido a uma queda prevista na demanda da China, o maior importador de petróleo do mundo, causando desconforto aos governos de muitos dos principais países produtores de petróleo.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecida como OPEP +, está consequentemente considerando um novo corte na produção de petróleo de 500.000 barris por dia, informou a Reuters, citando fontes.
O grupo está considerando realizar uma reunião entre 14 e 15 de fevereiro, informou a Reuters, antecipando a reunião agendada para março.
Além disso, o Wall Street Journal informou segunda-feira que a Arábia Saudita está pressionando um grande corte na produção de petróleo a curto prazo, citando autoridades da OPEP.
Ainda assim, o sentimento geral no mercado de petróleo permanece pessimista.
O número de mortes associadas ao vírus continua a aumentar, chegando a 361 com 17.205 casos confirmados nesta segunda-feira, enquanto a maioria das indústrias chinesas provavelmente ficará fechada no mínimo até 10 de fevereiro.
"O coronavírus pode potencialmente afetar o nível do comércio mundial em 2020, pois não é certo que as fábricas e a logística possam recuperar e compensar totalmente os atrasos, dada a capacidade limitada", disseram analistas do ING em nota de pesquisa. "Se eles não puderem se recuperar completamente, o crescimento do comércio global em 2020 sofrerá."
Os sinais da desaceleração da demanda já são visíveis, já que a Sinopec Corp (SS:600871) da China, maior refinaria da Ásia, disse que reduziria a produção de refinarias este mês em cerca de 600.000 barris por dia, cerca de 12% da produção média diária no ano passado, informou a Bloomberg na segunda-feira.
A demanda chinesa de petróleo caiu cerca de três milhões de barris por dia, ou 20% do consumo total, informou a Bloomberg, citando pessoas com conhecimento interno do setor de energia do país. Ele citou dados da empresa de pesquisa Kpler, mostrando que as importações médias semanais de petróleo do país caíram de 13 milhões de barris/dia para apenas 8 milhões de barris por dia, em 13 de janeiro.