Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do petróleo caíam novamente na segunda-feira (14), embora sem descer abaixo das mínimas da semana passada, após notícias negativas sobre as perspectivas de demanda pesarem sobre os preços.
Às 12h33 (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA caíam 0,3% a US$ 37,20 o barril, tendo sido negociados abaixo de US$ 37 o barril durante a noite, enquanto os futuros de Brent - a referência global - caíam 0,5%, em US$ 39,62 o barril.
Os futuros da gasolina RBOB tinham, em contraste, alta de 0,8%, a US$ 1,1040 o galão.
O suporte para os preços do petróleo nos mercados financeiros está secando rapidamente: as posições compradas especulativas líquidas no petróleo na semana passada estavam em seu nível mais baixo desde abril, de acordo com dados da Commodity Futures Trading Commission.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo disse em seu relatório mensal do mercado de petróleo de setembro que cortou sua previsão para a demanda global de petróleo em outros 400.000, para uma média de 90,2 milhões de barris por dia, enquanto partes da economia mundial lutam para se recuperar da pandemia de Covid-19.
Além disso, a Opep disse que a demanda vai se recuperar mais lentamente do que se pensava no próximo ano, alertando que "o aumento do uso de teletrabalho e conferências à distância deve limitar a recuperação total dos combustíveis para transporte até os níveis de 2019".
“A jornada para a estabilidade ainda é longa e a estrada é turbulenta”, disse o ministro da Energia da Argélia, Abdelmadjid Mattar, à Petroleum Argus em uma entrevista. "Precisamos permanecer vigilantes. Até que um tratamento ou vacina eficiente seja disponibilizado em todo o mundo, os riscos negativos para a estabilidade do mercado não podem ser ignorados."
O relatório da Opep veio na sequência de um relatório de longo prazo que foi, se alguma coisa, ainda mais sombrio para o futuro do petróleo. O Energy Outlook da BP, que modela uma variedade de cenários, indicou que o pico de demanda por petróleo poderia ocorrer em meados desta década, antes de entrar em declínio de longo prazo devido à política ambiental e às mudanças nas preferências do consumidor.
A maioria das previsões indica que o "pico da demanda de petróleo" de antes da pandemia não deve voltar antes de 2040, mas o consumo de petróleo é uma das muitas áreas da economia em que o coronavírus acelerou as tendências de longo prazo que já existiam