SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil somou 1,4 milhão de toneladas na segunda quinzena de novembro, alta de 35% na comparação anual, apesar de uma redução na destinação de cana para a produção do adoçante, o que evidencia a grande oferta da matéria-prima na safra 2023/24, informou nesta terça-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
O "mix" de açúcar das usinas do centro-sul foi de 46,51% da na segunda quinzena de novembro, versus 47,62% na mesma época do ano passado. Já a moagem de cana aumentou 46,14% na mesma comparação, para 23,9 milhões de toneladas.
A moagem e a produção de açúcar vieram acima da expectativa no período. Segundo uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights, havia expectativa de processamento de 21,65 milhões de toneladas na segunda quinzena de novembro, com uma produção prevista de 1,25 milhão de toneladas do adoçante.
A S&P também esperava uma maior destinação de cana para a produção de açúcar (47,07%).
Com uma safra recorde, a moagem de cana em 2023/24 até o novembro aumentou 15,94% ante o mesmo período do ano passado, para 619,26 milhões de toneladas, com o centro-sul registrando forte aumento das produtividades.
A produção de açúcar no acumulado da safra atingiu 40,8 milhões de toneladas, avanço de 23,5%. Já a fabricação de etanol somou 29,8 bilhões de litros, avanço de 12% ante o mesmo período do ano passado.
A Unica disse ainda que um maior número de usinas está em operação, em momento que muitas já começam a entrar na entressafra, para dar conta de processar os maiores volumes de cana.
Na última quinzena, 30 unidades encerram a moagem. Segundo a Unica, 78 unidades tinham encerrado os trabalhos, versus 178 até 30 de novembro do ano passado. Para a próxima quinzena, está previsto que mais 98 unidades produtoras encerrarão a safra, disse a associação.
ETANOL
As vendas de etanol pelas unidades produtoras do centro-sul totalizaram 2,82 bilhões de litros em novembro, aumento de 16,13% em relação ao mesmo período da safra 22/23.
O volume comercializado de etanol anidro (misturado à gasolina) no período foi de 1,11 bilhão de litros, alta de 0,94%, enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,72 bilhão de litros, um salto de 28,61%, já que o combustível está mais competitivo que a gasolina em vários Estados.
(Por Gabriel Araujo e Roberto Samora)