MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, pediu na segunda-feira um papel maior para o bloco Brics nos mercados mundiais de energia, enquanto a Rússia busca maneiras de combater a influência ocidental.
A Rússia, que é o segundo maior exportador de petróleo do mundo e tem as maiores reservas de gás natural, sedia o Fórum Internacional Semana da Energia nesta semana e deve realizar uma reunião dos ministros de Energia do Brics.
"É óbvio que, nas novas realidades geopolíticas, a cooperação no setor de energia deve servir para fortalecer as economias nacionais, ajudar a resolver problemas sociais prioritários e melhorar a qualidade de vida das pessoas", disse Putin em uma carta aos participantes e convidados do fórum.
"É crucial chegar a um acordo sobre princípios comuns para nossos países na transição energética justa e delinear maneiras de fortalecer o papel do Brics no diálogo energético global", afirmou ele sobre a próxima reunião dos ministros de Energia do Brics.
No passado, o fórum também contou com a participação de delegados da Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo. O ministério de Energia saudita não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre se o ministro de energia, príncipe Abdulaziz bin Salman, participaria ou não do evento.
O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse na semana passada que o Kremlin informaria sobre os participantes do fórum "no devido tempo".
O bloco, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi fundado como um clube informal para oferecer uma plataforma para seus membros desafiarem uma ordem mundial dominada pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.
O Brics foi ampliado com a adesão de países como Egito, Irã e Emirados Árabes Unidos.
Após a expansão do Brics, a aliança responde por 42% das reservas globais de petróleo e gás.
A Arábia Saudita ainda não aderiu oficialmente ao Brics, mas o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a Rússia havia convidado o príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, para participar de uma cúpula do Brics na cidade de Kazan no próximo mês.
(Reportagem de Vladimir Soldatkin)