Investing.com – Após semanas de volatilidade, os preços do petróleo subiram mais de US$ 5 por barril em relação às recentes mínimas, embora ainda estejam cerca de US$ 8 abaixo dos níveis de um mês atrás.
A grande questão agora é se essa recuperação vai continuar ou perder força. Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) estão cautelosamente otimistas, citando vários fatores que podem sustentar a recuperação no curto prazo.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
O banco já havia alertado que o mercado estava excessivamente posicionado na venda, com a dinâmica de risco/retorno favorecendo uma recuperação nos preços.
Essa previsão foi precisa, já que os preços subiram mais de US$ 5 por barril desde então.
Após conversas com traders de petróleo do JPMorgan, os analistas agora veem mais espaço para altas, destacando várias dinâmicas favoráveis no mercado.
Os estoques de petróleo nos EUA, especialmente no centro de armazenamento de Cushing, estão caindo rapidamente, com os níveis se aproximando dos limites operacionais mínimos. Essa restrição de oferta pode sustentar o mercado, evitando quedas mais acentuadas nos preços.
Além disso, as interrupções contínuas na produção da Líbia, que muitos esperavam serem resolvidas rapidamente, estão se prolongando mais do que o previsto.
Essa ausência prolongada do petróleo líbio está aumentando a pressão sobre a oferta global.
Além das interrupções de oferta, novas refinarias entrando em operação podem aumentar a demanda por petróleo, apertando ainda mais o mercado.
Além disso, os preços baixos atuais podem começar a pesar no crescimento da produção futura, especialmente de produtores fora da Opep, cujos planos podem ser reduzidos em um cenário de preços mais baixos.
Os riscos geopolíticos continuam presentes, com tensões na Ucrânia, Israel e Hezbollah, além das próximas eleições nos EUA, criando um cenário volátil que pode facilmente elevar os preços.
Embora nenhum desses fatores, sozinho, seja suficiente para reverter totalmente o sentimento de baixa, juntos eles criam um cenário onde os preços do petróleo podem se estabilizar em níveis mais altos.
O JPMorgan acrescenta que a recente queda nos preços do petróleo foi provavelmente impulsionada pela expectativa do mercado de preços mais baixos em 2025, principalmente devido às preocupações com um possível excesso de oferta.
No entanto, os analistas acreditam que o mercado reagiu de forma exagerada, com o Brent sendo negociado cerca de US$ 10 abaixo de seu valor justo de US$ 82 por barril.
Os estoques globais de petróleo, segundo a corretora, estão nos níveis mais baixos desde 2017, atualmente em 4,42 bilhões de barris, bem abaixo dos níveis do ano passado, quando o Brent estava próximo de US$ 92 por barril.
Essa desconexão sugere que o mercado pode estar subestimando a atual escassez de oferta, abrindo espaço para uma maior recuperação dos preços.
Apesar dos sinais de alta no curto prazo, a corretora reconhece incertezas no longo prazo. As previsões do JPMorgan para 2025 ainda apontam para um excesso significativo de oferta, o que pode fazer o Brent cair abaixo de US$ 70 por barril até o final do ano.
No entanto, os analistas admitem que essas previsões podem ser excessivamente pessimistas, subestimando a demanda em até 400 mil barris por dia, o que significa que o excesso de oferta pode não ser tão grave quanto temido inicialmente.
Olhando para o futuro, a análise preliminar do JPMorgan sugere que a demanda global pode aumentar cerca de 1 milhão de barris por dia em 2026, com o crescimento da oferta fora da Opep quase acompanhando esse ritmo, em 900 mil barris por dia.