SÃO PAULO (Reuters) - Todas as 167 unidades frigoríficas do Brasil que haviam parado a produção de carnes durante a paralisação dos caminhoneiros retomaram as atividades nesta semana, informou nesta terça-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A entidade ainda estimou em nota que os protestos que bloquearam rodovias e causaram mortandade nas granjas geraram impactos negativos de 3,15 bilhões de reais ao setor produtor e exportador de aves, suínos, ovos e material genético.
"Apesar das perdas de animais registradas, o reinício do fluxo de ração no campo evitou que um plantel de cerca de 1 bilhão de cabeças continuasse em risco", acrescentou a ABPA.
A indústria de aves e suínos foi uma das maiores prejudicadas pelos protestos dos caminhoneiros por menores custos com diesel.
A associação afirmou ainda que a reorganização da cadeia produtiva e da distribuição de produtos gerará custos extras ao setor.
"Em outras palavras, até que se restabeleça toda a sistemática setorial, ficará mais caro às indústrias produzir cada quilo de carnes e cada unidade de ovo", disse a ABPA, ressaltando que haverá a necessidade de aumento da oferta de linhas de crédito para a manutenção da retomada da cadeia agroindustrial.
Na semana passada, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acenou com a possibilidade de contemplar produtores com linhas dentro do novo Plano Safra, que será anunciado na quarta-feira.
A ABPA ainda manifestou preocupação com a elevação dos custos produtivos devido à forte alta dos preços do milho e da soja, em um horizonte de gastos ainda maiores em função da greve dos caminhoneiros.
(Por Roberto Samora)