SÃO PAULO (Reuters) - A demanda por gasolina no Brasil deve crescer 3,6% em 2023 ante 2022, para o patamar recorde de 44,6 bilhões de litros, estimou a StoneX nesta quarta-feira.
A consultoria elevou sua projeção em 1,53 bilhão de litros em relação à previsão anterior apesar de mudanças nas tributações que beneficiam o etanol hidratado, concorrente da gasolina.
A StoneX ainda lembrou que a paridade entre os preços do etanol e da gasolina permaneceu acima do patamar dos 70% em praticamente todo o território nacional nos últimos meses, o que resultou em queda de 10% nas vendas do biocombustível de janeiro a abril, para 4,59 bilhões de litros.
Ainda assim, a consultoria ainda vê chance de alguma recuperação do etanol, com as mudanças nas tributações federal e estadual, no restante do ano.
"Dessa maneira, a segunda metade do ano pode registrar uma redução no ritmo de consumo do combustível fóssil em contraste ao observado nos quatro primeiros meses do ano".
Para a demanda nacional por etanol hidratado, a StoneX calcula um volume de 16,1 bilhões de litros, representando aumento de 4,0% ante 2022, mas ainda 13,1% abaixo da média dos últimos cinco anos.
Um aumento grande processamento de cana na safra 2023/24, levando a um incremento da produção de etanol e queda dos preços do biocombustível, também pode impulsionar no consumo do hidratado.
A consultoria projetou ainda que a demanda por combustíveis do Ciclo Otto (gasolina mais etanol em gasolina equivalente) no Brasil deve avançar 3,7% neste ano, a um recorde de 55,9 bilhões de litros, 300 milhões de litros acima da estimativa anterior divulgada em abril.
(Por Letícia Fucuchima)