Por Barani Krishnan
Os touros do mercado do ouro que tentam se agarrar firme na disparada acima dos US$ 1.800 estão enfrentando mais dificuldades do que esperavam.
Um dia após retornar ao cais de onde zarpou em meados de setembro, o ouro se viu novamente em níveis de US$ 1,700, apesar da contínua fraqueza rendimentos do Tesouro dos EUA — seu principal antídoto.
Isso aconteceu mesmo antes dos novos recordes de alta em Wall Street na terça-feira para todos os três principais índices de ações norte-americanas — S&P 500, Dow e Nasdaq — enquanto as corporações americanas, de bancos a cuidados de saúde, automóveis, tecnologia e entretenimento registraram ganhos espetaculares no terceiro trimestre.
Sendo justos com o ouro, não é que ele tenha derretido com o rali do mercado de capitais.
Mesmo assim, forçar portos seguros num dia de oscilação tão positiva no risco era uma tarefa compreensivelmente árdua.
"Já atravessamos mais de um quarto desta temporada de resultados e mais de 80% das empresas do S&P 500 registraram ganhos que superaram as expectativas", observou Ed Moya, chefe de pesquisa para as Américas na plataforma de negociação online OANDA.
"O ouro pode ter dificuldades a curto prazo, já que o apetite pelo risco corre sem controle e a maior parte das notícias sobre a inflação já foi precificada".
O contrato mais ativo dos futuros de ouro dos EUA, para dezembro, fechou em queda de US$ 13,40, ou 0,7%, a US$ 1.793,40 por onça.
Somente um dia antes, ele havia encerrado a US$ 1.806,80, a primeira vez que fechou acima da casa dos US$ 1.800.
Moya disse que o ouro pode encontrar mais resistência a partir de agora, pois o dólar pode se recuperar com um resultado mais dovish em consequência da decisão do Banco Central Europeu de quinta-feira sobre as taxas de juros.
"O ouro está formando um intervalo, com preços provavelmente sendo negociados em torno dos US$ 1.800 por mais algum tempo", ele acrescentou.