Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A Syngenta Proteção de Cultivos anunciou nesta quarta-feira o lançamento da Syde, conta digital em formato de aplicativo e internet banking para ampliar serviços a agricultores brasileiros, enquanto outra gigante do agronegócio, a Bunge (NYSE:BG), disse que está próxima concluir a estruturação de sua própria fintech.
O lançamento de tais serviços, em momento de alta de juros e de custos agrícolas historicamente elevados, acontece com multinacionais do setor buscando estreitar suas relações com clientes, fornecedores e prestadores de serviços por meio de plataformas digitais. Tradings como Louis Dreyfus, Amaggi, ADM e Cargill passaram a operar neste ano a Strada, logFintech de frete rodoviário.
A Syde, da Syngenta, terá serviços financeiros como oferta de crédito, pagamentos e transferências, além de outras funcionalidades como seguros, cobrança, gestão de crédito e demais serviços para produtores rurais, revendas de insumos e cooperativas agrícolas, afirmou em nota a multinacional de agroquímicos.
"Para nós, a Syde é a evolução do papel da Syngenta no financiamento do setor, que antes concentrava seu atendimento a clientes diretos --principalmente revendas e cooperativas-- e agora vai chegar também ao pequeno e médio agricultor, oferecendo novas opções para a sua gestão financeira", disse o CFO da Syngenta Proteção de Cultivos, Leandro Serau.
Empresas de insumos como a Syngenta são importantes pilares do financiamento privado do agronegócio nacional.
A versão inicial da Syde nascerá direcionada à oferta de uma variedade maior de operações de crédito para os produtores e com mais de 1 bilhão de reais de linhas adicionais, já contando com parceiros importantes como Itaú (BVMF:ITUB4) e as agfintechs Farm e AL5Bank, disse a Syngenta.
Bunge
A Bunge, uma das maiores tradings e processadoras de grãos do mundo, afirmou que está na fase final de estruturação de sua fintech.
Segundo nota divulgada nesta quarta-feira pela Bunge, a fintech funcionará como seu braço digital de produtos e serviços financeiros.
"A ferramenta tecnológica foi desenvolvida para facilitar e simplificar o acesso ao crédito rural de forma segura, fluida e eficiente, tendo a análise de critérios socioambientais como ponto central para a concessão de financiamentos", declarou a Bunge.
Questionada, a empresa disse que mais detalhes sobre a fintech serão disponibilizados dentro de algumas semanas.
Paralelamente, a Bunge afirmou que está envolvendo fornecedores locais de grãos em seu "programa de agricultura regenerativa" com o objetivo de acelerar a transição para a agricultura de baixo carbono.