Transpetro tem alta de 9,2% nas operações de transbordo de navios em 2024; busca novos negócios

Publicado 13.03.2025, 10:12
Atualizado 13.03.2025, 10:15
© Reuters. Navio petroleiro da Petrobrasn4/01/2025nREUTERS/Jorge Silva

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Transpetro, subsidiária de logística e transporte da Petrobras (BVMF:PETR4), registrou no ano passado um aumento de 9,2% nas operações de transbordo de petróleo e derivados entre navios ("ship to ship") em relação a 2023, e trabalha para expandir seus negócios ainda mais neste ano, disse um executivo da companhia à Reuters.

A ampliação das operações nessa modalidade ocorre já como resultado de um trabalho da Transpetro de buscar novas oportunidades comerciais, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A estratégia inclui ainda um esforço pela diversificação de clientes além da Petrobras.

A busca por crescimento é uma virada para a companhia, que teve diversos de seus ativos vendidos em governos anteriores, em meio a um plano de desinvestimentos multibilionário da Petrobras.

"Estamos com uma orientação estratégica agora de buscar novos negócios e novos clientes... tivemos um aumento (das operações ship to ship) de forma geral em todo o Brasil", disse o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Transpetro, Robervalter Capirunga.

Com 70% de participação no mercado brasileiro de ship to ship, a Transpetro realizou um total de 959 operações em 2024, com impulso principalmente de demandas no Norte e Nordeste, segundo dados da companhia.

Na região Norte, a companhia registrou 325 operações no ano passado, um crescimento de 32% ante 2023, diante de uma forte demanda, em meio à seca histórica sofrida no rio Amazonas.

"Alguns dos navios que fazem o abastecimento na região não conseguiram alcançar os locais de abastecimento... Por isso, foi fundamental a presença da Transpetro ali, com autorizações e recursos necessários", disse Capirunga, pontuando que o trabalho da empresa garantiu a entrega de petróleo e derivados pela região, incluindo gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha.

Para isso, a Transpetro utilizou barcos menores para acessar locais mais secos e depois realizou transbordos para barcos maiores e vice versa, explicou.

"A presença da Transpetro, eu posso afirmar, garantiu o abastecimento da região do Amazonas (durante a seca)", frisou.

No Nordeste, o Ceará registrou um salto de duas para 14 operações, enquanto São Luís avançou de quatro operações para 17, reforçando esses polos como essenciais para o escoamento da produção nacional, segundo o executivo.

Para este ano, a Transpetro planeja ampliar as operações no Porto de Itaqui, no Maranhão, possibilitando a atracação de mais uma embarcação no porto e a realização de duas operações ship to ship simultâneas.

Recentemente, a companhia assinou ainda um memorando de entendimentos com o grupo Imetame para avaliar potencial ingresso em projeto de infraestrutura portuária em implantação no Espírito Santo, para expandir suas operações ship to ship. Uma decisão de investimento, segundo Capirunga, poderá ser tomada em meados do ano.

O executivo evitou citar números, mas pontuou que ambas as operações de ampliação não demandarão desembolsos relevantes por parte da Transpetro.

A companhia oferece atualmente operações ship to ship em 13 localidades no Brasil, permitindo ganhos de escala ao viabilizar a movimentação de produtos em navios de maior porte. Essa solução otimiza o fluxo logístico e reduz em até 30% os custos de transporte, segundo Capirunga.

BUSCA DE MAIS CRESCIMENTO

O executivo afirmou que a companhia vê oportunidades importantes para o transbordo de navios com a ampliação da produção de petróleo no Brasil nos próximos anos. A ampliação do volume de petróleo destinado à União, nos contratos de partilha, também poderá gerar oportunidade de negócios.

"A Transpetro pode também fornecer esse serviço de ship to ship para a PPSA, que é a empresa do governo que faz a venda de petróleo da União... A Transpetro tem conversado com a PPSA para oferecer várias soluções", disse o gerente da Transpetro, adicionando que poderá ofertar à estatal serviços tanto para alívio de navios e ship to ship, como qualquer outra solução logística que a PPSA precisar.

Além de atender a empresas de petróleo e gás, a Transpetro presta serviços para distribuidoras e indústria petroquímica, contando com uma carteira de mais de 160 clientes.

Ela opera ainda 48 terminais (27 aquaviários e 21 terrestres), cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 33 navios, configurando-se a maior subsidiária da Petrobras. A empresa é a maior companhia de logística multimodal de petróleo, derivados e biocombustíveis da América Latina.

 

(Por Marta Nogueira)

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