BUENOS AIRES (Reuters) - Os sindicatos de transporte da Argentina iniciaram um protesto nesta quarta-feira com bloqueios de estradas em diferentes partes do país contra a escassez de diesel e preços excessivos de combustível.
Em um momento em que a Argentina está no auge da safra de grãos, bloqueios nas estradas geraram sete quilômetros de congestionamento nos arredores de Buenos Aires. O país é um dos maiores exportadores mundiais de milho e soja.
Em nota, o Sindicato Nacional dos Transportadores (UNTRA) disse que vai cessar as atividades "com a finalidade de corrigir as ações que o tenham causado em prejuízo do transporte" e solicitou o estabelecimento de uma medida para que as tarifas sejam proporcionais ao aumento do combustível, que está em falta há semanas.
Outros sindicatos de transporte aderiram ao protesto e denunciaram que o diesel só está disponível a preços muito mais altos.
De acordo com um levantamento da Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte de Carga (Fadeeac), publicado em sua conta no Twitter, existem 21 províncias com problemas de abastecimento de combustível, incluindo Buenos Aires.
A Sociedade Rural Argentina denunciou em um comunicado recente "os problemas gerados pelo escasso ou nulo fornecimento de combustível, bem como as sobretaxas que devemos pagar".
O governo garantiu que vai tomar medidas para resolver o problema.
"A falta de diesel é um conflito, uma reivindicação, que é uma realidade que tem a ver com crescimento", disse a porta-voz da Presidência, Gabriela Cerruti, à rádio local Rádio Con Vos.
"É um problema que vai ser resolvido e serão tomadas várias medidas (...) ainda há alguns focos", acrescentou.
Em meio ao prolongado déficit energético que afeta a balança argentina, o Ministério da Energia aumentou a proporção obrigatória de biodiesel utilizado na mistura com combustíveis fósseis para atender à maior demanda local por diesel, principalmente do setor agroexportador .
Segundo o governo, a procura interna de diesel registrou aumentos superiores a 14% durante os primeiros quatro meses do ano, ante igual período de 2021.
(Por Lucila Sigal)