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Restrições de viagens se acumulam enquanto China prepara reabertura

Publicado 06.01.2023, 09:19
Atualizado 06.01.2023, 09:20
© Reuters. Pessoas com máscaras de prorteção caminham em Pequim em meio à pandemia de Covid-19
06/01/2023 REUTERS/Tingshu Wang
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Por Brenda Goh e Martin Quin Pollard

XANGAI/PEQUIM (Reuters) - Mais países ao redor do mundo estão exigindo que visitantes vindos da China façam testes de Covid, dias antes de encerrar os controles de fronteira e inaugurar um retorno ansiosamente esperado para uma população que tem estado em grande parte presa em casa por três anos.

A partir de domingo, a China encerrará a exigência de quarentena para viajantes que chegam, na mais recente revogação de medidas do regime "Covid zero" adotado pelo país e cuja reversão começou no mês passado, após protestos históricos contra uma série sufocante de lockdowns em massa.

Mas as mudanças abruptas expuseram muitos dos 1,4 bilhão de habitantes da China ao vírus pela primeira vez, desencadeando uma onda de infecções que está sobrecarregando alguns hospitais, esvaziando prateleiras de remédios e levantando temores por todo o planeta.

Grécia, Alemanha e Suécia se juntaram na quinta-feira a mais de uma dúzia de países para exigir testes Covid de viajantes chineses, já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que os dados oficiais sobre o vírus da China estavam subestimando a verdadeira extensão do surto.

As autoridades chinesas e a imprensa estatal adotaram um tom desafiador, defendendo o manejo do surto, minimizando a gravidade do aumento e denunciando os requisitos de viagens ao exterior para seus residentes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, alertou na sexta-feira sobre possíveis medidas recíprocas depois que a União Europeia recomendou testes antes da partida para passageiros chineses.

"A UE deveria ouvir mais vozes racionais e tratar a prevenção e o controle da epidemia na China de forma objetiva e justa", disse Mao em um briefing regular à mídia em Pequim.

O Global Times, um tabloide nacionalista publicado pelo jornal oficial Diário do Povo, disse em um editorial que alguns meios de comunicação e políticos ocidentais "nunca ficariam satisfeitos", independentemente dos passos que a China tomasse.

O setor global de aviação, atingido por anos de restrições pandêmicas, também criticou as decisões de impor testes a viajantes da China. A China ainda exigirá testes antes da partida para viajantes que chegarem depois de 8 de janeiro.

Alguns cidadãos chineses acham que a reabertura foi muito precipitada.

"Eles deveriam ter tomado uma série de ações antes de abrir... e pelo menos garantir que as farmácias estivessem bem abastecidas", disse um homem de 70 anos que deu seu sobrenome como Zhao à Reuters em Xangai.

A China registrou cinco novas mortes por Covid em seu território continental na quinta-feira, elevando o número oficial de mortes por vírus para 5.264, um dos mais baixos do mundo.

© Reuters. Pessoas com máscaras de prorteção caminham em Pequim em meio à pandemia de Covid-19
06/01/2023 REUTERS/Tingshu Wang

Mas isso parecia estar em desacordo com a realidade local, onde as funerárias estão sobrecarregadas e os hospitais lotados de pacientes idosos em respiradores. Em Xangai, mais de 200 motoristas de táxi estão dirigindo ambulâncias para atender à demanda por serviços de emergência, informou o Shanghai Morning Post.

Especialistas internacionais em saúde acreditam que a definição restrita de Pequim para as mortes por Covid não reflete um número real que pode chegar a mais de um milhão de mortes este ano.

(Reportagem de Brenda Goh em Xangai, Bernard Orr, Eduardo Baptista, Martin Pollard e Liz Lee em Pequim, Farah Master em Hong Kong e Xinghui Kok em Cingapura)

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