Por Michael Martina
(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu desafiante democrata, Joe Biden, iniciam nesta segunda-feira sua última semana de campanha antes da eleição de 3 de novembro no momento em que os casos crescentes de coronavírus no país e um surto de Covid-19 na equipe do vice-presidente, Mike Pence, mantêm o foco da corrida na pandemia.
Trump alegou progresso no combate à doença, mas nos últimos dias o país registrou recordes de infecções diárias, e Pence seguiu em frente com a campanha no domingo mesmo depois de assessores terem tido diagnósticos positivos.
Biden acusou o presidente de se render à pandemia, que já matou cerca de 225 mil pessoas nos EUA.
Faltando oito dias para a eleição, mais de 59,1 milhões de norte-americanos já votaram presencialmente ou pelo correio, um ritmo de votação antecipada que pode resultar no maior índice de participação em mais de um século, de acordo com dados do Projeto Eleições da Universidade da Flórida.
Nesta segunda-feira, Trump viajará à Pensilvânia, um Estado-chave que está sendo muito cortejado pelos dois candidatos com visitas frequentes, e falará em comícios em Allentown, Lititz e Martinsburg. Ele deve fazer diversas viagens a Michigan, Pensilvânia e Wisconsin nesta semana, além de visitas Nebraska, Arizona e Nevada.
Biden deve permanecer em Delaware, Estado em que reside, nesta segunda-feira. Na terça-feira, ele deve viajar à Geórgia e fazer paradas em Atlanta e Warm Springs (SA:SGPS3), cidade de cerca de 400 pessoas onde o presidente democrata Franklin D. Roosevelt, que tomou posse durante a Grande Depressão e adotou o programa de recuperação New Deal, morreu em 1945.
A atenção ao Estado do sul, que Trump conquistou em 2016 por cerca de 5 pontos percentuais e que não apoia um candidato presidencial democrata desde 1992, mostra o esforço de Biden para ampliar o alcance de seu partido agora que pesquisas mostram uma corrida competitiva ali.
Apesar da vantagem robusta de Biden em pesquisas de opinião nacionais, a disputa em Estados-chave como Flórida e Pensilvânia, que podem decidir o resultado do pleito, parece mais acirrada. Biden contará com a presença do ex-presidente Barack Obama, ao qual serviu como vice-presidente, em Orlando, na Flórida, na terça-feira.
Os EUA tiveram seu maior número de casos novos de Covid-19 nos últimos dois dias, o que dá à equipe de Biden a chance de lembrar os eleitores como Trump e seus aliados minimizaram os conselhos de especialistas de saúde pública sobre o uso de máscaras e a prática do distanciamento social para combater a transmissão da Covid-19.
(Por Michael Martina e Steve Holland)