Bitcoin recua antes da reunião do Fed e investidores adotam cautela

Investing.com -- O Bitcoin mostrava leve queda na tarde desta segunda-feira (15), refletindo a cautela dos investidores na véspera da reunião do Federal Reserve, marcada para os dias 16 e 17 de setembro. O mercado cripto segue consolidado após semanas de ganhos, com sinais técnicos de exaustão e preocupações sobre o rumo da política monetária nos Estados Unidos. O ambiente global permanece volátil, marcado por inflação persistente e tensões comerciais, fatores que limitam movimentos mais firmes de ativos de risco.

Segundo dados da Binance às 16h40 (horário de Brasília), o Bitcoin era negociado a US$ 115.323,4, em baixa de 0,26% no dia. O Ethereum acompanhava a correção, recuando 2,58% para US$ 4.491,53, enquanto a Solana liderava as perdas entre os grandes tokens, caindo 3,77% e cotada a US$ 233,324. A retração generalizada nas altcoins reforça a leitura de que o mercado adota uma postura defensiva enquanto espera definições macroeconômicas.

No cenário internacional, o foco recai sobre a decisão do Fed em relação ao corte de juros, com apostas majoritárias em uma redução de 25 pontos-base, mas dúvidas sobre a possibilidade de cortes mais agressivos. A perspectiva de uma política monetária menos restritiva tem sustentado o apetite institucional por ETFs de Bitcoin e Ethereum, embora a inflação persistente e sinais de desaceleração da economia dos EUA alimentem o temor de estagflação. Ao mesmo tempo, a política doméstica no Brasil também adiciona volatilidade, após a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e o risco de retaliações comerciais por parte do governo americano.

Diante desse quadro, investidores de criptoativos têm adotado maior cautela, com volumes de negociação moderados e estratégias de curto prazo restritas a faixas técnicas bem definidas. Analistas apontam que a zona de suporte do Bitcoin em torno de US$ 114 mil segue relevante, mas alertam que uma perda desse patamar poderia abrir espaço para correções mais profundas. Até lá, prevalece o movimento de consolidação, com o mercado aguardando os próximos sinais de política monetária global para definir a direção.

"O Bitcoin continua dentro de um canal de consolidação, após testar o suporte em US$112.000 e mostrar força acima do pivô técnico de US$113.500. A resistência relevante encontra-se em US$116.000, sendo US$120.000 o próximo alvo significativo caso ocorra rompimento. O cenário, no entanto, pode se alterar rapidamente após as decisões do Fed e eventuais aprovações de ETFs, criando oportunidades para rallies expressivos até o final do mês", avaliou Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil.

"O Bitcoin segue em consolidação, com queda de -2,1% em 30 dias, mas ainda acumulando alta de +9,8% em 90 dias e +2,9% na última semana. O ativo encontra resistência firme entre US$ 114 mil e US$ 116 mil, enquanto o suporte crítico permanece na média móvel de 200 dias, em US$ 102,6 mil — região vista como limite de defesa pelos analistas. O RSI em 51,6 confirma equilíbrio entre compradores e vendedores, reforçando a leitura de lateralização em meio a volume diário de US$ 52,78 bilhões, ainda abaixo da média. Apesar do ritmo contido, ETFs seguem recebendo entradas líquidas e a volatilidade em níveis historicamente baixos sugere que o próximo movimento pode ser decisivo, dependendo de catalisadores macro e institucionais", analisou o WarrenAI.