Por Gunay Caymaz
Investing.com - O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) está se preparando para entrar com uma ação contra um ex-funcionário da Coinbase (BVMF:C2OI34)(NASDAQ:COIN) e duas pessoas que a empresa diz ter denunciado, alegando lucros injustos de negociações privilegiadas em criptomoedas.
Embora a acusação possa parecer um incidente isolado, há preocupações de que possa ter consequências negativas para a exchange de criptomoedas sediada nos EUA. Porque, além da acusação do DOJ, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) entrou com uma ação no tribunal federal de Seattle por fraude de valores mobiliários.
A SEC acusa o ex-funcionário da Coinbase Shan Wahi, seu irmão Nikhil Wahi e o amigo Sameer Ramani de violar as disposições antifraude das leis federais de valores mobiliários. O DOJ apresentou acusações de fraude eletrônica e conspiração contra esses três indivíduos. Além disso, a SEC solicitou uma decisão do tribunal sobre se existem títulos não registrados para as 9 criptomoedas em questão. Tanto que para a SEC intervir no caso, esses criptoativos devem ser definidos como títulos. Se o tribunal aceitar essas nove criptomoedas como títulos, o caso pode se expandir e um problema adicional pode surgir para a negociação de plataformas de criptomoedas.
De acordo com as alegações do DOJ, Shan Wahi tinha informações sobre quais moedas estavam prestes a ser listadas na plataforma Coinbase e compartilhou essas informações com seu irmão e amigo, permitindo que eles recebessem as moedas antes da listagem. A denúncia alega que Nikhil Wahi e Ramani ganharam mais de US$ 1,1 milhão em transações com informações não públicas. As criptomoedas em questão são Ampere (AMP), Rally (RLY), Deriva DAO (DDX), XYO (XYO), Rari Governance Token (RGT), LCX (LCX), Power Ledger (POWR), DFX Finance (DFX) e Kromatika (KROM).
Coinbase se pronuncia
Comentando o processo, os advogados da Coinbase saudaram o processo do DOJ contra o ex-funcionário e seus associados e condenaram o esforço da SEC para se envolver no processo. Paul Grewal, diretor jurídico da Coinbase, ex-magistrado federal da Califórnia, lembrou que a SEC apresentou acusações de fraude de valores mobiliários em conexão com essa má conduta, mas o DOJ não considera o assunto como fraude de valores mobiliários. Nesse contexto, Paul Grewal descreveu o fato de que nenhum dos ativos listados na Coinbase são títulos e que a tentativa da SEC de intervir no caso foi um desenvolvimento perturbador.