Por John McCrank e Hannah Lang
(Reuters) - O presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) refutou veementemente as críticas de que a agência está tentando esmagar o setor de criptomoedas e disse que muitas empresas do setor tomaram uma "decisão econômica calculada" de ignorar suas regras.
Falando em uma conferência da Piper Sandler em Nova York, Gary Gensler também reiterou sua opinião de que a "grande maioria" dos tokens atendem ao teste de ser um ativo financeiro e deveria ser registrado na SEC. Isso significa que a maioria das corretoras de criptomoedas também precisa estar em conformidade com as leis de valores mobiliários, acrescentou.
Quando os participantes do mercado de criptomoedas vão ao Twitter ou à TV e dizem que não tiveram um "aviso justo" de que sua conduta poderia ser ilegal, não acredite nisso", disse ele. "Eles podem ter tomado uma decisão econômica calculada para assumir o risco de aplicação da lei como o custo de fazer negócios."
A indústria de criptomoedas tem atacado Gensler nos últimos dias depois que a SEC processou duas das maiores corretoras de moedas digitais do mundo, Coinbase (NASDAQ:COIN) e Binance, por supostamente violarem as leis de valores mobiliários ao não registrarem operações na agência.
O presidente-executivo da Coinbase, Brian Armstrong, um crítico declarado da SEC que liderou uma pressão em Washington por regras mais claras, na quarta-feira rebateu Gensler, chamando-o de "outlier" e o acusou de ser "frio" quando a empresa o abordou sobre registro.
Tanto a Coinbase quanto a Binance negam as alegações da SEC e se comprometeram a se defenderem vigorosamente na Justiça.
Em um processo judicial federal tornado público na quinta-feira, a SEC disse que quer que os ativos da Binance nos EUA sejam congelados para permanecerem em segurança no país. O presidente-executivo da Binance, Changpeng Zhao, tuitou mais tarde que a Binance.US tinha cerca de 2 bilhões de dólares em ativos de clientes que nunca haviam deixado a plataforma, a menos que fossem retirados pelos clientes.