Volt Equity iniciou suas negociações na Bolsa de Valores de Nova York sob o ticket BTCR.
O fundo não investe em BTC ou contratos futuros, mas sim em empresas que possuem a criptomoeda. No entanto, ele tem duas particularidades muito interessantes. A primeira delas foi seu preço de abertura: as cotas foram negociadas a US$ 21, uma referência aos 21 milhões de unidades do BTC.
Em segundo lugar, o BTCR inova quanto ao modelo de investimento utilizado. Para escolher suas ações, a empresa utiliza o famoso modelo Stock-To-Flow (S2F), elaborado pelo analista PlanB. O modelo, que faz estimativas para o preço do BTC, tem se mostrado bastante acurado nos últimos dois meses.
No final de setembro, PlanB estimou que o preço do BTC fecharia outubro em US$ 63 mil de acordo com o modelo. A quatro dias do final do mês, a criptomoeda está cotada a US$ 61.124, pouco abaixo da meta estipulada pelo analista.
Exposição a grandes empresas
Assim como os ETFs de futuros, o BTCR também realiza compras indiretas da criptomoeda. Nesse caso, a Volt, gestora que criou o fundo, aposta em grandes companhias que possuem BTC em seus balanços.
Dessa forma, o ETF possui ações de empresas como a MicroStrategy (NASDAQ:MSTR), Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), Twitter (NYSE:TWTR)(SA:TWTR34), Square (NYSE:SQ), que compraram BTC a partir de 2020. Ao mesmo tempo, o fundo também se expõe a empresas nativas do setor, como a exchange Coinbase (NASDAQ:COIN) e as mineradoras Canaan, Bitfarms e Riot Blockchain.
Conforme afirmou Tad Park, CEO da Volt, as exposições não serão fixas – o fundo pretende rebalancear suas ações periodicamente. Para isso, a gestora utilizará pesquisas, dados e modelos, sobretudo o modelo S2F.
Adicionalmente, o modelo também será utilizado para estimar os preços nos ciclos do BTC. Os ciclos em si serão calculados com base nos períodos de halving, o corte na emissão de novos BTC, que ocorre a cada 210 mil blocos, ou cerca de quatro anos.
“Consultamos o famoso modelo S2F como uma entrada para entender como o choque de oferta pode afetar o preço de Bitcoin e quando. Com base no que estamos vendo, poderíamos ajustar nossa exposição em conformidade com o modelo”, disse a gestora.
As maiores posições do ETF são nas mineradoras Marathon e Bitfarms, que representam 15.71% e 15.52%, respectivamente. Em terceiro lugar está a MicroStrategy, que representa 12.67% do patrimônio do fundo. Os outros 56,1% estão distribuídos entre as demais empresas.
Demanda por ETFs segue forte
Conforme noticiou o CriptoFácil, os Estados Unidos aprovaram seu primeiro ETF de BTC na semana passada. O fundo, lançado pela Proshares, em 19 de outubro, fez um enorme sucesso e captou quase US$ 1 bilhão no primeiro dia de negociações.
Apenas três dias depois, o Valkyrie Funds (BTF) tornou-se o segundo ETF lançado no país. Embora sua demanda tenha sido menor, o fundo captou nada menos que US$ 10 milhões em apenas cinco minutos.
No entanto, a grande expectativa do mercado é que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) aprove um ETF físico. Ou seja, um fundo que invista diretamente na criptomoeda. Um desses fundos foi proposto pela Bitwise Asset Management em outubro, mas ainda não teve aprovação da SEC.