No último domingo (14), o volume de transações em criptomoedas ultrapassou o da bolsa de valores na Coreia do Sul.
De acordo com a agência Hankyung, as quatros principais empresas de negociação de criptoativos do país (Upbit, Bithumb, Coinone e Kobit) movimentaram juntas cerca de R$ 81,8 bilhões.
Negociação em criptomoedas em alta
Mostrando-se atentos à alta do Bitcoin (BTC), os sul-coreanos movimentaram mais dinheiro em criptoativos do que em ações do mercado tradicional.
No momento de escrita desta matéria, o Bitcoin é cotado a US$ 56.239,90, cerca de R$ 316.265,32.
A média das transações do KOSPI, índice da bolsa do país, e as cotações do mercado de ações independentes da bolsa, a KOSDAQ, ficaram em aproximadamente R$ 81,3 bilhões e R$ 56,1 bilhões, respectivamente.
Motivações econômicas
Em janeiro deste ano, o Ágio Kimchi retornou à Coreia do Sul. Trata-se de uma diferença de preço que ocorre nas exchanges sul coreanas sempre que há uma grande demanda por criptomoedas no país.
Desta forma, já haviam indícios de que a relação da população com o Bitcoin estava crescendo.
Tal comportamento foi impulsionado pelas novas medidas econômicas país. Ano passado, o governo coreano iniciou um “novo acordo digital”.
O objetivo do plano econômico era extrair maior rentabilidade de tecnologias futuras, incluindo a blockchain.
O ecossistema blockchain será aplicado nas áreas de bem-estar, energia renovável, finanças, transações imobiliárias, doação, eleição e projetos “amigáveis”.
Na época, o ministro das finanças, Hong Nam-ki, disse que o programa auxiliaria no combate à crise econômica vivida no país:
“O novo acordo visa estabelecer as bases para o crescimento econômico no longo prazo. Ao mesmo tempo em que amortece o golpe econômico da pandemia e acelera a recuperação econômica.”
Reflexo do plano de recuperação econômica dos EUA
Além disso, o plano de resgate da economia estadunidense do governo Joe Biden também impactou o mercado de ativos digitais.
Economistas e especialistas apontam que a distribuição do auxílio de US$ 1,9 trilhão ocasionará um aumento da inflação no país.
Devido a isto, diversos investidores institucionais e individuais estão alocando parte do patrimônio em BTC. Os executivos acreditam que a ação garantirá mais segurança com a liquidez.
Outras interferências externas
O relatório da Hankyung também analisa outras situações que impactam diretamente na valorização do Bitcoin.
Primeiro, o aumento da indústria dos fundos de Bitcoin negociados publicamente na bolsa de valores. São os instrumentos conhecidos como ETFs.
Alguns países já aderiram à negociação de ativos digitais no mercado tradicional, como o Canadá.
Outro fato determinante é a adesão de investidores institucionais no mercado de criptomoedas, que provoca maior movimentação do Bitcoin.