A Ripple Labs criou uma blockchain com foco na construção de moedas digitais de bancos centrais (CBDC, na sigla em inglês). O anúncio foi divulgado pela empresa na quarta-feira (3).
Segundo a empresa, o novo serviço se chamará CBDC Private Ledger (livro-razão privado de CBDC, em tradução livre). Como o nome indica, o acesso será restrito apenas para pessoas autorizadas.
“Um banco central requer mais privacidade nas transações e controle sobre sua moeda do que um livro-razão público pode oferecer. Então, provavelmente, optará por criar um CBDC em um livro-razão privado que também pode operar na escala necessária”, explicou a empresa.
Rapidez e escalabilidade
O sistema da Ripple tem dois objetivos. O primeiro deles é fornecer altas velocidades e escalabilidade, atributos fundamentais para uma rede ser utilizada em larga escala.
O segundo é permitir que as CBDCs tenham interoperabilidade com a infraestrutura financeira global existente, bem como outros ativos digitais. Dessa forma, não haveria necessidade de grandes mudanças no sistema financeiro.
Além disso, o CBDC Private Ledger será criado utilizando a mesma estrutura que opera no XRP Ledger. Em comum, ambos os sistemas foram desenhados para facilitar pagamentos digitais.
Segundo a Ripple, ambos são mais baratos e até “61 mil vezes” mais eficazes que as blockchains públicas. Especialmente as que utilizam Prova de Trabalho (PoW, na sigla em inglês).
“O CBDC Private Ledger processará dezenas de milhares de transações por segundo (TPS). Porém, ele terá potencial para escalar para centenas de milhares de TPSs ao longo do tempo”, disse a Ripple.
Caso com a SEC
Aparentemente, a Ripple tenta capturar um novo mercado para seus produtos. E a área de CBDCs promete ser uma das mais inovadoras e rentáveis no futuro.
De acordo com um levantamento realizado recentemente pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), mais de 80% dos bancos centrais do mundo já estão buscando criar suas próprias CBDCs.
Contudo, a Ripple ainda precisa lidar com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês). O processo da SEC contra a empresa segue em andamento, e a empresa enviou sua primeira defesa no final de janeiro.